MILENE RIOS
Depois de veículos elétricos como Nissan Leaf e Audi E-tron darem as caras no País em eventos fechados, é a vez de a tecnologia chegar às nossas pistas, ainda que de modo experimental. O primeiro monoposto elétrico do Brasil foi apresentado durante o 20º Congresso de Tecnologia da SAE, na semana passada.
O modelo, desenvolvido em cinco semanas por sete estudantes do curso de Engenharia Mecânica Automobilística da FEI, tem 1.400 baterias de telefones celulares que alimentam o motor elétrico de 28,5 cv.
Elas ficam nas laterais do carro, perto do piloto, para garantir uma boa distribuição de peso. São 320 kg, 30 kg a menos que num monoposto com motor a combustão, segundo o coordenador do projeto, Ricardo Bock.
A autonomia é de 30 minutos e a recarga completa leva quatro horas. “Depois, é só acelerar que ele sai como um carrinho de bate-bate”, diz Bock.
Os testes de pista serão feitos em novembro e, de acordo com o professor, o carro ultrapassa os 100 km/h. Seu ponto forte é a aceleração. “Um fórmula elétrico campeão em uma prova na Europa fez de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos, 0,2 s mais rápido que o modelo a gasolina.”
O chassi foi modificado para abrigar o novo propulsor e as molas da suspensão e regulagem dos amortecedores, adaptados para equacionar a nova distribuição de peso.
O protótipo elétrico é o primeiro passo do projeto que inclui a criação de uma competição entre fórmulas movidos a baterias, prevista para ocorrer em 2012.