A Fiat vai lançar seus primeiros carros híbridos flex no Brasil em novembro. Conforme publicado pelo Jornal do Carro há pouco mais de um mês, a marca italiana do Grupo Stellantis, do qual também fazem parte Citroën, Jeep e Peugeot, entre outras, era a mais cotada para estrear a tecnologia que une motor a combustão e sistema eletrificado. Na Stellantis, essa solução foi batizada de Bio-Hybrid e, em breve, será oferecida também em outros produtos tanto da Fiat quanto das demais marcas.
Assim, o detalhamento das apostas da companhia em eletrificação foi apresentada por seu CEO global, Carlos Tavares, no início de de 2022, em um evento do qual o JC participou. Na ocasião, ele disse que o Brasil é o terceiro maior mercado para o Grupo, atrás de Europa e Estados Unidos. Porém, as vendas despencaram a partir da pandemia de covid-19, sobretudo no no Velho Continente. Agora, a Stellantis vem enfrentando problemas também nos EUA, o que pode até causar a saída do executivo português.
Fiat híbrido flex é parte de estratégia global
Segundo Tavares, a tecnologia de motores flexíveis no Brasil é uma importante ferramenta para reduzir emissões de CO₂, graças à utilização do etanol. De acordo com ele, os carros eletrificados, sejam híbridos ou puramente elétricos, são caros. “Na Europa, para neutralizar as emissões, um carro elétrico tem de rodar 85 mil km”, afirma. Nessa conta entra todo o processo produtivo, que começa na extração e produção de matérias-primas, como metais e plásticos, e vai até a construção das baterias.
Conforme o CEO da Stellantis, como os custos de produção são autos, o mercado de carros elétricos ainda é muito restrito aos países mais ricos. Nesse sentido, ele pondera que os flexíveis, por exemplo, que podem usar etanol para reduzir as emissões, garantem o acesso de mais compradores ao mercado. Por isso, a companhia decidiu apostar nos híbridos leves flex para oferecer veículos mais eficientes e, assim, iniciar o processo de “popularização” de seus modelos eletrificados na América Latina.
Bio-Hybrid reduz consumo e emissões
Como resultado, em agosto de 2023 a Stellantis apresentou os novos sistemas de eletrificação de sua linha de automóveis no Brasil. Em evento para a imprensa na fábrica da Fiat, em Betim (MG), foram reveladas quatro plataformas de carros, todas com algum tipo de eletrificação. Ou seja, a Bio-Hybrid, que inclui híbridos leves e híbridos plug-in, ambos com motores a combustão que podem utilizar etanol, bem como 100% elétricos. A mais simples será lançada em novembro em dois modelos da Fiat.
Embora a empresa não confirme, esses carros vão utilizar o sistema do tipo micro-híbrido (ou híbrido-leve). Para isso, a planta mineira receberá investimentos de R$ 14 bilhões entre 2025 e 2030. Dessa forma, as primeiras apostas serão modelos com grande apelo junto ao público que está disposto a pagar um pouco mais para ter acesso a tecnologias de ponta. Portanto, estamos falando de SUVs compactos.
Fiat híbridos flex serão SUVs compactos
Agora ficou fácil; os primeiros a ter essa solução são os Fiat Pulse e Fastback que, aliás, foram flagrados em testes de rodagem. Na versão mais simples, há um gerador com potência equivalente a 4 cv que atua como alternador e também auxilia na partida do veículo. Além disso, o sistema traz bateria de íons de lítio para aumentar a oferta de torque em subidas e ultrapassagens, por exemplo. Ou seja, o conjunto tem a função “boost”. Com isso, o motor elétrico gera 3 kW e garante menor consumo de combustível, bem como melhora o desempenho em acelerações.
Seja como for, o pulo do gato do sistema para reduzir as emissões está, sobretudo, em sua atuação no período em que o motor a combustão ainda está frio e, portanto, precisa de mais combustível para mover o veículo. Segundo João Irineu Medeiros. vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul, o aumento do uso do etanol combinado à eletrificação pode melhorar a eficiência do carro em até 20%. O engenheiro conversou com o JC em vários eventos, inclusive feitos pelo Estadão.
Preço de Fiat híbrido flex será competitivo
Ainda não há informações sobre os preços dos novos modelos com o sistema Fiat híbrido flex. Porém, a marca pretende “popularizar” a tecnologia e, por isso, os valores não devem ser muito maiores que os das linhas atuais. No site da Fiat, o preço do Pulse, para São Paulo, vai de R$ 107.990 a R$ 152.990 – no caso da versão esportiva, Abarth. A expectativa é de que o sistema estrei nas versões intermediárias. Dessa forma, o Fiat híbrido flex mais barato deverá ter tabela em torno dos R$ 130 mil.
Por fim, o Fastback é um pouco mais caro. Os preços sugeridos partem de R$ 119.990 e podem chegar a R$ 167.990, também para a configuração Abarth. Entretanto, seguindo a mesma lógica, a expectativa é de que o modelo tenha tabela em torno dos R$ 140 mil com o sistema híbrido leve flex. Para comparação, a diferença de preço entre um sedã Toyota Corolla Altis com motor flexível e outro híbrido é de somente R$ 2.600. Na prática, isso corresponde ao abastecimento de uns 20 tanques do modelo com etanol.
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