O concorrido mercado de SUVs compactos sempre se modifica a fim de captar mais clientes, e o Fiat Pulse é um bom exemplo disso. Rival de modelos como VW Nivus e Renault Kardian, o modelo oferece uma ampla gama de modelos, que vão do simples ao esportivo, e que quase podem satisfazer a qualquer nicho do seu público. Hoje falamos da versão intermediária, no meio da tabela: a S-Design.
Como dito anteriormente, o Pulse tem modelos que vão desde o 1.3 Firefly aspirado com câmbio manual, passando pelos 1.0 Turbo T200 (usado por uma ampla gama de modelos Stellantis), até chegar na esportiva Abarth, com seus 185 cv. A versão testada, S-Design, une elementos das versões Turbo, mais caras, ao motor de entrada, por exemplo.
O proprietário ganha em visual e funcionalidades internas. Por fora, a versão se destaca por detalhes que procuram reforçar exclusividade, como apliques pretos nos logos, eliminação de cromados nas grades, rodas aro 16″ na cor preta e teto bi-tom, também em preto brilhante. O rack de teto, emprestado da versão Audace, também está lá, por exemplo.
Central multimídia é fácil de usar e interior é bem-acabado
O pacote S-Design dá ao motorista comodidades que exigiriam dele um investimento maior, como uma boa central multimídia de 10,1” com navegação GPS embarcada, Android Auto e Apple CarPlay, carregamento de celular por indução, entrada sem chave, partida remota na chave, sensor de estacionamento traseiro, piloto automático e câmera de ré. Destaco também a boa sacada da Fiat em oferecer uma saída de ar-condicionado ao celular que carrega no painel, evitando que o aparelho “frite” durante o processo, algo que muitas montadoras ainda não fazem.
Na interna, chamam a atenção a padronagem do teto escurecida, e os bancos, com tecido diferente. Macios, não incomodam em longas viagens ou no anda-e-para da cidade, ainda que o mesmo não possa ser dito dos que andam atrás, por exemplo. Nitidamente mais densos, não tem muita absorção e podem ser incômodos por muito tempo. Atrás, não há saídas de ar-condicionado, apenas uma saída USB para carregamento.
Pulse S-Design agrada, mas Turbo faz falta
Agora, a dirigibilidade. Embora todo o conjunto realce modernidade e conectividade, o motor 1.3 Firefly aspirado é uma vírgula ao modelo. O conjunto, com 98 cv e 13,2 mkgf (gasolina)/107 cv e 13,7 mkfg (etanol), é apropriado para a cidade, mas não excelente. A falta de agilidade junto a transmissão CVT requer certa paciência, e visitas constantes ao botão do modo Sport, que torna a resposta do acelerador mais esperta.
Outra característica é o pouco acerto do pedal em condução na cidade. No anda-e-para do trânsito, tentar manter o mínimo de aceleração para acompanhar um engarrafamento requer precisão do motorista, que recebe de volta pequenos trancos do conjunto motor/câmbio. Na estrada, ultrapassagens requerem não só espaço, como intimidade ao modo manual do câmbio, por exemplo. Tais questões acabariam eliminadas com o motor 1.0 Turbo, no entanto.
Em matéria de consumo, a Fiat fala em 8,8 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada com Etanol, e 12,5 km/l na cidade e 14,5 km/l na estrada com Gasolina. Durante uma semana de uso, nossa média, rodando apenas com gasolina, foi de 10,9 km/l. O que considerando o uso misto (cidade/estrada) e uso constante do ar-condicionado, não é ruim.
Considerações finais
Custando R$ 118.990, o Fiat Pulse S-Design coloca-se entre rivais como o Renault Kardian Evolution (R$ 115.990) e o VW Nivus Sense 200 TSI (R$ 119.990). Por um lado, o SUV está bem equipado e oferece um interessante pacote visual, que o diferencia das demais versões. Além disso, segue custando R$ 4 mil a menos que a Audace Turbo, por exemplo.
Entretanto, no geral, o investimento deve ser cuidadosamente considerado. No caso de pequenas famílias, passageiros do banco traseiro podem sofrer com o pouco conforto. E seu desempenho poderia ser melhor, ainda mais em um cenário no qual a concorrência já é equipada com turbocompressor desde as versões básicas, melhorando consideravelmente a condução.
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