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Fiesta, C3 e 208 fazem comparativo de opções a Polo e Argo
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Fiesta, C3 e 208 fazem comparativo de opções a Polo e Argo

Citroën C3, Ford Fiesta e Peugeot 208 se enfrentam em briga de compactos premium na faixa dos R$ 65 mil

Thiago Lasco

02 de abr, 2018 · 9 minutos de leitura.

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Peugeot 208, Ford Fiesta e Citroën C3. CRÉDITO: WERTHER SANTANA/ESTADÃO
Crédito:

No segmento de hatches compactos, as atenções vêm sendo monopolizadas por Polo e Argo. Mas há rivais que não são novidades, como o VW e o Fiat, mas ótimas opções na faixa dos R$ 65 mil. É o caso de Citroën C3, Peugeot 208 e Ford Fiesta, que acabam de receber atualizações e se enfrentam neste comparativo.

C3 e 208 ganharam câmbio automático de seis marchas no lugar do antigo, de quatro velocidades. O Fiesta traz dianteira redesenhada e novo multimídia. Ele se destacou em consumo, desempenho, espaço interno, estabilidade, suspensão e preço do seguro. Por isso, garantiu a vitória diante dos rivais.

Apesar de compartilharem o conjunto mecânico, C3 e 208 têm dirigibilidade diferente. A posição de dirigir mais alta e o para-brisa arredondado e projetado para a frente dão ao motorista do Citroën a sensação de estar em um monovolume. O Peugeot é mais baixo e tem ajuste de suspensão menos macio.

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O motor 1.6 de até 118 cv deixa ambos ágeis na cidade. Isso porque 80% do torque fica disponível a partir das 1.500 rpm, o que garante respostas espertas. A nova transmissão privilegia as marchas mais altas, favorecendo a economia de combustível. Em aclives, às vezes o câmbio titubeia e retarda as trocas sem necessidade.

Na estrada os dois vão bem. A sexta marcha ajuda a manter baixo o nível de ruído do motor. Em ultrapassagens e na hora de retomar velocidade, porém, um pouco mais de vigor seria bom. Em ambos, o controle de velocidade de cruzeiro fica em uma haste na coluna de direção, sob o volante. Isso dificulta seu uso com o carro em movimento.

O Fiesta conquista pelas respostas bem diretas. O 1.6 de até 128 cv responde de pronto ao mínimo toque no acelerador, o câmbio faz trocas rápidas, a direção é comunicativa e a suspensão tem acerto na medida para fazer bonito em curvas.


Para quem gosta de sentir o carro “à mão”, o Ford é a melhor opção. O quatro-cilindros do Ford tem funcionamento mais áspero que o dos rivais, sobretudo em rodovias. Mas isso não incomodará os que curtem uma tocada esportiva.

Por dentro, 208 se destaca, mas Fiesta é maior

Se a meta de oferecer um bom compacto premium passa pelo cuidado com a cabine, quem assimila isso melhor é o 208, dono do acabamento mais caprichado deste comparativo. O desenho do painel é arrojado e os instrumentos em posição elevada são fáceis de ler. Bancos anatômicos e volante pequeno, com uma ótima pegada, deixam sua condução muito prazerosa.


Embora não seja tão vistoso, o interior do C3 tem algumas qualidades do “irmão”, como o conforto a bordo e os materiais agradáveis ao toque. Porém, o painel do Citroën fica devendo marcador de temperatura do motor e a visualização do conta-giros é pior que nos dois concorrentes. Além disso, os ajustes do controlador de velocidade de cruzeiro e da central multimídia são pouco intuitivos.

O Fiesta destoa dos rivais pelo acabamento despojado. As linhas do painel ainda são atuais e agradam, mas há excesso de plástico rígido por toda parte. Os bancos são revestidos de tecido simples, a espuma é pouco densa e falta empunhadura ao volante, que tem o aro “magro”.

Por outro lado, o Ford é o que oferece o melhor espaço interno. Não que o hatch seja amplo como um Renault Sandero, mas 208 e C3 são menos generosos, especialmente com quem viaja atrás. No Peugeot, passageiros com mais de 1,8 metro terão de dobrar o pescoço ao se sentarem no banco traseiro.


Em termos de conteúdo, o Citroën entrega comodidades de versão de topo por preço equivalente ao das versões intermediárias dos dois rivais. Só o C3 tem rodas de liga leve de 16” e ativação automática dos faróis e dos limpadores de para-brisa, por exemplo. Para ter esses itens no Fiesta e no 208, é preciso desembolsar mais de R$ 70 mil em opções com catálogo superior.

O Fiesta, por sua vez, é o único a oferecer controles de estabilidade e tração. A nova central multimídia é a melhor do trio. Tem interface fácil de usar, tela bem responsiva e duas portas USB no console central.

Na hora da revisão, a boa relação custo-benefício do C3 faz bonito de novo. Nos três primeiros anos, o preço da manutenção é cerca de 30% menor que o cobrado para seus dois rivais.


Opinião: Distantes do topo de vendas, hatches têm suas virtudes

Com vendas discretas, o C3, que ficou na 10ª posição no segmento em janeiro e fevereiro, se destaca pelo bom custo-benefício. Por R$ 55.990 na versão Attraction, é um dos carros mais baratos do País com câmbio automático – há ainda ar-condicionado digital e faróis de neblina.

Mesmo nas opções mais caras, o Citroën é cerca de R$ 5 mil mais barato que os rivais. Estiloso e bem acabado, o 208 pode fazer bonito. Tudo depende dos resultados do trabalho que a Peugeot vem fazendo para renovar sua imagem de marca. Aliás, essa é uma preocupação também da Ford. O ponto negativo do Fiesta se chama Powershift.


Sem ter como aposentar o problemático câmbio automatizado, a fabricante reforçou sua embreagem, trocou retentores, reprogramou o módulo. Outra mudança foi limar o nome “tóxico”. A coluna Defenda-se, publicada às quartas-feiras no JC e habituada às queixas de donos de Fiesta, servirá como termômetro para avaliar se as mudanças surtiram efeito.


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