O enredo é digno de filme. Após 26 anos da morte de Dener, seus filhos, Denis, Felipe e Matheus, resgataram o Eclipse GS em que o jogador do Vasco morreu. No dia 19 de abril de 1994, o meio-campista estava no banco do carona de seu Mitsubishi branco, quando o motorista perdeu o controle e bateu em uma árvore.
Os filhos de Dener acreditavam que o esportivo japonês havia se perdido. Mas o carro estava em um galpão próximo ao estádio de São Januário, sede do Vasco da Gama, no Rio de Janeiro. O carro foi levado ao local pelo ex-vice-presidente de futebol do clube, José Luiz Moreira.
Continua depois do anúncioO paradeiro do Eclipse foi revelado no dia que marcou os 25 anos do fatídico acidente. Foi quando Moreira mostrou, em uma reportagem veiculada na TV Globo, onde o carro estava guardado.
Apelidado de “pássaro” por Dener, em referência ao desenho e ao bom desempenho, o Eclipse branco ainda guarda as marcas da tragédia. Até a placa DNR-0010, com as iniciais do jogador e o numeral de sua camisa favorita. O plano de Denis, Felipe e Matheus é restaurar o esportivo e deixá-lo o mais próximo possível do original.
Restauração
A restauração será feita pela Dimensions em Vinhedo (SP). Trata-se da oficina que reforma os carros exibidos no quadro “Lata Velha”, do programa “Caldeirão do Huck”, da TV Globo. Segundo os sócios da empresa, o Eclipse deve ficar pronto em cerca de 40 dias.
Como o modelo é dos anos 1990 e há dificuldade em encontrar peças de reposição no mercado, outro Eclipse foi adquirido para servir de “doador” de componentes. Depois que estiver 100% recuperado, o Eclipse será um dos protagonistas de um futuro documentário sobre o craque.
Os filhos do ex-jogador estão produzindo o filme que contará a história do craque. Desde a infância em São Paulo, onde ele nasceu, ao trágico acidente. Dener tinha apenas 23 anos, era ídolo no Vasco e estava em ascensão na carreira.
O meio-campista era considerado como a maior promessa do futebol brasileiro da época. O jogador havia recebido o Eclipse em 1993 como parte do acordo para assinar com a Portuguesa de Desportos, se ex-clube.
História do Eclipse
Com a reabertura do Brasil às importações, no início dos anos 1990. os carros, sobretudo os esportivos, projetavam ainda mais status e poder do que hoje. Um dos primeiros a chegar foi o Mitsubishi Eclipse, a partir de 1991.
O cupê de duas portas e quatro lugares feito no Japão tinha desenho bastante moderno para a época. Mas a imagem de carro de luxo era restrita ao Brasil. No resto do mundo, o Eclipse era vendido como um esportivo de entrada.
Com preço relativamente acessível, o Eclipse tinha a mesma mecânica do Galant. Na versão GS, com a do carro de Dener, o motor 2.0 gerava 136 cv. A potência era adequada ao sedã médio, mas estava longe de entregar a esportividade que as linhas do modelo inspiravam.
Havia uma versão turbinada do mesmo quatro-cilindros a gasolina. Os 192 cv e 28 mkgf de torque eram números mais condizentes com o visual arrojado da primeira geração do cupê da Mitsubishi.
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