(Foto: Ford/Divulgação)
Carlos Cereijo
Dearborn (EUA) – Passada a crise financeira internacional, a Ford quer reforçar o plano de lançar produtos globais. O objetivo é desenvolver vários carros a partir de um número reduzido de plataformas e montá-los em diferentes continentes. O paranaense Winston Landin, de 36 anos, é gerente de Estratégia de Produto do grupo nos EUA. Na companhia há 13 anos, o administrador de empresas trabalha desde 2008 na sede da empresa em Dearborn. Sua função é auxiliar os executivos da montadora na missão de entender o mercado brasileiro. Landin nos concedeu a seguinte entrevista.
Após a crise a Ford passou a olhar o mercado brasileiro com mais atenção?
A empresa sempre investiu no mercado brasileiro. O que existe agora é a estratégia de desenvolver produtos globais. Neste novo cenário o País ganha ainda mais importância do que já tinha. A Ford tem cinco centros de desenvolvimento espalhados pelo mundo e um deles fica no Brasil. Esse centro é responsável pelo próximo EcoSport, que será um produto global. No País, também desenvolvemos carros para o mundo todo.
Os carros brasileiros ainda estão atrasados em relação aos de outros mercados?
Aqui na sede da Ford nós desenvolvemos muitos estudos sobre produtos específicos para o Brasil. Todas as possibilidades são colocadas na mesa. São diversos os fatores que definem se um carro vai ou não ser vendido em um determinado mercado. Hoje, o Focus comercializado no País é o mesmo oferecido no resto do mundo, assim como o (sedã) Fiesta (a versão mexicana do modelo, que acaba de chegar às lojas brasileiras). Nos próximos anos o objetivo é levar a linha de motores Ecoboost a até 80% do nosso portfólio.
Quais são as diferenças do consumidor brasileiro em relação ao americano?
O Brasil é o único país do mundo com uma grande frota de carros flexíveis. É preciso levar isso em consideração na hora de definir um produto. O brasileiro está acostumado com carros compactos, ao contrário dos americanos. Cromados na carroceria também consistem em uma barreira que o consumidor do País começa a superar.
Viagem feita a convite da Ford