O Departamento de Justiça dos EUA abriu uma investigação contra a Ford. O objetivo é esclarecer os processos de certificação de emissões utilizados pela Ford.
Em fevereiro, a Ford revelou que havia adotado um novo método de medição em laboratório. O cálculo simulava como o arrasto aerodinâmico e o atrito dos pneus interferiam no aumento de emissões. Na época, a empresa informou que não havia evidências de que o método poderia afetar os números de consumo e de emissões divulgados nas etiquetas de certificação.
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Diferentemente do que ocorreu com o Grupo Volkswagen, porém, a investigação não envolve o uso de dispositivos que possam “enganar” as medições.
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No caso atual, investiga-se a possibilidade de a empresa ter utilizado cálculos incorretos ao apresentar os dados de consumo e emissões aos órgãos reguladores.
A Ford anunciou em fevereiro que estava avaliando mudanças no processo empregado para chegar aos números finais.
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A agência de proteção ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) não comentou sobre o andamento da investigação. Mas há informações de que o órgão investiga outras montadoras, relacionadas ao mesmo tema.
De acordo com a Automotive News, um funcionário do órgão, Andrew Wheeler, disse no início deste mês que “quando as pessoas não estão agindo de acordo com as regras e gerando mais poluição, nós os pegaremos”.
Ford já teve problemas no passado
Esta não é a primeira vez que a Ford se envolve nesse tipo de investigação. Em 2013, a empresa cortou 7 milhas por galão (quase 3 km/l) no cálculo de consumo de sua minivan híbrida C-Max. Isso gerou queixas de clientes, que não conseguiam repetir as medições no “mundo real”.
No ano seguinte, a montadora reduziu as médias de consumo de seis outros modelos, e acabou tendo de compensar os clientes.
Outras marcas penalizadas
A Ford não é a única montadora a ser investigada sobre emissões nos últimos anos. Em 2017, o Grupo Volkswagen teve de pagar US$ 4,3 milhões (quase R$ 17 bilhões). O motivo foi o escândalo envolvendo seus modelos a diesel.
Em janeiro deste ano, a Fiat Chrysler Automóveis (FCA) concordou em pagar US$ 800 milhões (cerca de R$ 3,1 bilhões) para resolver acusações de que estaria utilizando um software que produziria falsos resultados nos testes de motores a diesel.
As autoridades americanas também investigam a Daimler sobre excesso de emissões nos veículos Mercedes-Benz a diesel. O grupo alemão está sob investigação também na Alemanha.
Em 2014, Hyundai e Kia foram multadas em US$ 100 milhões (cerca de R$ 3,9 bilhões) depois de vender aproximadamente 1,2 milhão de veículos com números de consumo irreais.