
Quem tem carro antigo sabe: quando a restauração é bem-feita, o assédio de pessoas querendo comprar a relíquia se torna constante. Muitos interessados são implacáveis e não se dão por vencidos facilmente, exigindo firmeza dos proprietários que não quiserem abrir mão das preciosidades mantidas com tanto carinho.
No filme norte-americano “De Volta ao Jogo”, de 2014, o protagonista John Wick, vivido por Keanu Reeves, é um desses proprietários. Ele dirige um belo Ford Mustang Mach 1 de 1969 e, em um posto de gasolina, é abordado por três membros de uma gangue de mafiosos russos, que desejam comprar o cupê a todo custo.
Como Wick não cede à pressão, os bandidos o seguem e, à noite, invadem sua casa e lhe roubam o carro – não sem antes dar uma surra nele e, pior, matar Daisy, a cadela que a falecida esposa lhe havia dado de presente antes de morrer.
A partir daí, Wick, um matador de aluguel aposentado, sai à caça da gangue para recuperar o Mustang roubado e vingar a morte do bicho de estimação.
Nessa caçada, ele tem de enfrentar a máfia russa de Nova York, que tenta exterminá-lo. Uma das poucas pessoas a ajudá-lo é Aurelio (John Leguizamo), dono de um desmanche clandestino.
Os russos pedem que ele adultere o chassi do Mustang de John, mas ele se recusa a fazer o serviço e ainda empresta um Chevrolet Chevelle SS para que Wick vá atrás dos vilões.
Preparado. O Mustang Mach 1 foi lançado pela Ford norte-americana em 1968. Trata-se de uma versão com preparação ainda mais esportiva que a do Mustang GT, do qual é derivado.
Com sete opções de motor V8, fez tanto sucesso que canibalizou a própria versão GT: em 1969, vendeu 72.458 unidades nos Estados Unidos, ante apenas 5.396 da GT, que saiu de linha no mesmo ano.
A carreira da versão Mach 1 foi interrompida em 1978, quando a Ford encerrou a produção da segunda geração do Mustang, e teve uma breve reaparição entre 2003 e 2004. Há rumores de que o carro voltará a ter uma opção Mach 1 em 2018.