O mercado de picapes médias no Brasil é bastante acirrado, e as opções de entrada são peça chave para conquistar clientes. Ciente disso, a Ford anunciou a nova Ranger Black, que bem equipada, chega custando R$ 219.990, exatos R$ 5 mil a menos do que a versão XL 2.0 4×4 MT, por exemplo. A convite da Ford, o Jornal do Carro foi conhecer como anda a picape, em Salvador, Bahia.
O valor pedido coloca a picape no mesmo preço da Fiat Titano Endurance, versão de entrada da média da Stellantis, por exemplo. Equipada com tração 4×2, apenas na traseira, busca espaço entre modelos voltados para uso urbano. No primeiro contato, chama a atenção na picape o visual, que acompanhando o nome da versão, traz detalhes escurecidos. O modelo também tem outras quatro cores além do preto.
Itens como grade, santantônio, e retrovisores ganharam a cor cinza escuro, e não mais o preto fosco da básica XL 4×4, por exemplo. Há também rodas aro 18″, também escurecidas. Por dentro, o teto preto reforça a proposta da versão, diferenciando-a das demais opções. Chamam a atenção também os bancos, com nova padronagem no encosto e assento, em relevo. Além disso, na parte superior, há a nomenclatura da versão gravada no banco. Na lateral do banco do passageiro, a inscrição “So Long as it’s Black”, atribuída a Henry Ford, está gravada, em referência à única cor disponível no Model T.
Versão Black usa elementos da Ranger XLS, bem equipada para o preço
Recebem o motorista um painel digital de 8 polegadas, a central multimídia Sync 4, em posição vertical, com 10 polegadas, com boa usabilidade, e controles de ar-condicionado na tela, mas também acessáveis por botões físicos, distraindo menos o motorista. Há também carregador de celular por indução e saídas USB e USB-C. O volante tem boa empunhadura e os bancos acomodam bem motorista e passageiros.
Os itens oferecidos acabam remetendo aos encontrados na versão XLS 2.0 TD, entretanto. O que se traduz em acendimento automático dos faróis; seletor de modos de condução; carregador por indução; câmera de ré, 7 airbags e sensor de estacionamento traseiro como destaques.
Dirigibilidade e vida a bordo são agradáveis
Quanto a dirigibilidade, ela é agradável. O motor 2.0 Panther Turbodiesel de 170 cv pode até parecer subdimensionado numericamente, mas o torque de 41,2 mkgf prova o contrário. Pareado ao câmbio automático de 6 marchas, a picape quase sempre tem respostas rápidas em situação de trânsito urbano, e na estrada ultrapassa sem sustos. A boa ergonomia e posição de guiar são pontos fortes, e a condução em um todo agrada pela suavidade.
Contudo, há também seus poréns. A falta da tração 4×4 pode afastar alguns compradores, algo existente na versão argentina, dada a proposta “mais simples” do uso da picape. Além disso, apenas os 100 primeiros compradores ganham itens como a capota marítima elétrica e o protetor de caçamba, acessórios nada baratos para aquisição posterior. Vale mencionar também a ausência de assistentes de condução, mas é preciso lembrar que estamos falando de uma picape média de entrada.
Veredito
Por fim, feita para entregar um uso urbano, a Ranger Black agrada pelo guiar e também pelo preço. A picape, que briga ao mesmo valor da Titano básica, está um degrau acima da irmã Maverick 2.0 Turbo a gasolina, que custa R$ 229.500. Além disso, é importante citar que o valor é final e não se trata de um desconto. No geral, uma versão básica bem executada, capaz de incomodar a concorrência, até mesmo de modelos bem colocados no mercado, como a Toyota Hilux, por exemplo.
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