
Leandro Alvares
Imagine percorrer 1,5 km da pista local da Marginal Tietê a 240 km/h e em menos de 15 segundos. Só não tente realizar isso com seu carro, pois o limite da via é de 70 km/h. Os únicos autorizados a abusar da velocidade no local são os pilotos da Fórmula Indy e alguns sortudos convidados a percorrer uma volta pelo circuito do Anhembi, na zona norte de São Paulo, no carro de dois lugares.
Para os apaixonados por automobilismo, a experiência pode ser classificada como uma das mais incríveis, apesar de ser apenas uma voltinha e do gostinho de quero mais que surge quando a brincadeira termina.
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Por alguns minutos, mesmo sem pilotar e alojado no apertado cockpit do carona, o participante se sente um piloto de verdade. Desde o momento de vestir o macacão, luvas e balaclava até a hora de entrar no carro.
Motor ligado, hora de acelerar. Função desempenhada por ex-pilotos da categoria, como Mario Andretti – campeão de 1978 da Fórmula 1. No Brasil, o Indy de dois lugares foi pilotado pelo norte-americano Davey Hamilton, que poderia ter abusado mais dos 425 cv gerados pelo motor 3.5 V8 do modelo.
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A diversão, mesmo assim, foi grande. Não só pela rapidez com que o carro de 839 kg atinge altas velocidades, mas também pelos trancos agressivos durante as trocas de marcha e as freadas bruscas no fim das grandes retas do circuito.
“Você vai se divertir bastante nas curvas 1, 2, 3 e 4”, afirmou Will Power, vencedor das três primeiras edições da etapa brasileira. O australiano, de fato, tinha razão. São dois “S” em sequência, um de baixa e outro de média velocidade, nos quais a cabeça do passageiro sacode com vigor.
“Se você erra qualquer uma das quatro curvas, estraga toda a volta”, destacou a piloto brasileira Bia Figueiredo.
Mesmo não acelerando tudo que o F-Indy de dois lugares permite, o giro pelo circuito paulista de 4,08 km – são 11 curvas e três retas – é percorrido muito rápido, em menos de 1min40s.
“É uma das pistas de rua mais legais que eu já conheci. Para mim, um dos grandes desafios é a freada da curva 5”, comentou o piloto japonês Takuma Sato, referindo-se ao fim da reta oposta, na Avenida Olavo Fontoura. Ali, realmente, a cabeça vai com tudo para frente.
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No cockpit do passageiro, as pernas não ficam esticadas, afinal, há o piloto na frente. Além do cinto de segurança de cinco pontos, o ocupante tem duas alças próximas ao peitoral para se manter firme. Há ainda o “botão do pânico” para aqueles que quiserem interromper a volta. A etapa de São Paulo da Fórmula Indy ocorre hoje às 12h.
Fotos: Epitácio Pessoa/Estadão
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