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FPT Industrial apresenta protótipo capaz de fornecer vários tipos de propulsão
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FPT Industrial apresenta protótipo capaz de fornecer vários tipos de propulsão

Cursor X é um sistema modular apresentado pela FPT Industrial, que pode alimentar o veículo com eletricidade, gás natural ou uma combinação dos dois

Hairton Ponciano Voz, de Turim, Itália

26 de nov, 2018 · 5 minutos de leitura.

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Cursor X FPT Industrial
Crédito:Cursor X é um módulo do tamanho de um motor de caminhão, capaz de movimentar veículos comerciais por meio de eletricidade, gás natural e a combinação de ambos. Foto: FPT Industrial/Divulgação

No futuro, os veículos serão elétricos, híbridos ou a gás natural? E, se forem elétricos, a fonte de energia virá de baterias ou células de hidrogênio? Para a FPT Industrial (antiga Fiat Powertrain Technologies), não existe uma resposta única. A empresa italiana apresentou na semana passada um conceito batizado de Cursor X, por enquanto uma ideia que reúne várias formas de locomoção em um único conjunto modular. A proposta da empresa é aproveitar o melhor de cada fonte de energia, de acordo com o tipo de uso.

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O modo puramente elétrico com baterias é visto pela empresa como uma solução ideal para veículos comerciais de entregas urbanas. Não polui, é silencioso e, em um veículo de carga, tem autonomia de cerca de 200 km. O modo híbrido conjuga duas formas de propulsão (a gás natural e elétrico) e dobra a autonomia (400 km). Isso favorece o uso em percursos urbanos e intermunicipais. Por fim, a modalidade elétrica alimentada por células de hidrogênio é tida como uma possibilidade para transporte pesado e longas distâncias.

De acordo com a presidente mundial da FPT, a italiana Annalisa Stupenengo, “pensar em apenas uma solução seria utópico”. Daí o estudo que deu origem ao Cursor X, que segundo ela é uma “visão de futuro”, mas que funciona. A executiva garante que o protótipo, que tem dimensão semelhante à de um motor de caminhão, já foi testado.


Considerado pela FPT como uma “fonte de energia 4.0” (no sentido de tecnologia avançada), o Cursor X poderá ter uma ampla gama de utilização, de furgão de carga a trator, passando por ônibus.

Protótipo de caminhão a hidrogênio da FPT

Além do Cursor X, a FPT Industrial revelou também o conceito de um caminhão elétrico alimentado por célula de combustível a hidrogênio. De acordo com a empresa, a tecnologia traz várias vantagens. Uma é a autonomia, estimada em 800 km, de acordo com dados oficiais. Outra, a  durabilidade (1 milhão de km ou 20 mil horas). Além disso, o peso é reduzido (70% mais leve que um sistema elétrico com baterias). Por fim, o abastecimento é mais rápido que o carregamento de baterias. A empresa informa que o enchimento dos tanques de hidrogênio demora cerca de 20 minutos. Um modelo similar a bateria precisaria de duas horas, mesmo em sistema de carregamento rápido.


Outra vantagem do veículo elétrico movido a célula de combustível é que ele consegue ser muito mais “limpo” que um elétrico convencional. A razão é que grandes baterias poderiam gerar problemas de reciclagem, no fim da vida útil.

O protótipo mostrado pela empresa tem motor elétrico de 400 kW (540 cv), quatro tanques de hidrogênio de fibra de carbono (com capacidade para 2.735 litros), um módulo de célula de combustível (que transforma hidrogênio líquido em energia elétrica) e baterias de íons de lítio. A expectativa da empresa é que o protótipo esteja pronto para ser vendido num prazo de seis anos.


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Jornal do Carro
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Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.