
A Nissan Frontier de segunda geração, vendida no Brasil e chamada na maioria dos mercados europeus de Navara, está enfrentando problemas de quebra de chassi em todo o mundo. Há diversos relatos sobre o defeito, de acordo com reportagem do jornal britânico “The Sun”.
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Conforme a publicação, quando a picape é submetida a uso severo, há risco de seu chassi se partir. Por isso, uma assoaciação de proprietários da Navara/Frontier se formou, na Inglaterra, para exigir que a Nissan promova recall para solucionar o problema.
O comitê, batizado de “Chassis Quebrados da Nissan Navara”, em tradução para o português, é formado por cerca de 16 mil proprietários da picape. O “The Sun” relatou o caso de um desses personagens, um fazendeiro escocês de 50 anos que, ao circular por estrada de terra, com a esposa grávida no carro, viu a caçamba do modelo se separar da cabine. Ninguém se feriu no incidente.
A solicitação foi enviada ao parlamento inglês, que estuda o documento e considera determinar que a Nissan da Inglaterra promova o recall dos carros envolvidos.
O escritório de advocacia que representa o comitê dos proprietários estima que existam 35 mil exemplares afetados pelo defeito que leva à quebra do chassi no Reino Unido. Em todo o mundo, o número chegaria a 195 mil unidades.
O “The Sun” não informou qual é a posição da Nissan britânica sobre o fato. Já a Nissan do Brasil, por meio de nota, informou que “não tem qualquer registro de casos semelhantes com as Frontier vendidas no mercado brasileiro, que foram produzidas localmente, com fornecedores diferentes.”
Em fóruns sobre a Nissan na internet, há poucos debates sobre o problema de quebra do chassi, relatado a partir de notícias de jornais europeus. Porém, a reportagem do Jornal do Carro não encontrou nenhum relato sobre a ocorrência do defeito em um modelo produzido e vendido no País.
A Frontier nacional é produzida em São José dos Pinhais, no Paraná. A terceira geração, que será lançada ainda neste semestre, passará a vir do México e, a partir de 2018, da Argentina.
GALERIA: OS DEFEITOS MAIS FAMOSOS DA HISTÓRIA DOS CARROS
Roda solta do Fiat Stilo
A Fiat negava veemente haver um defeito crônico no cubo de roda do hatch Stilo, no qual as rodas traseiras se soltavam com o carro em movimento em diversos relatos. A negação da empresa levou a um envolvimento da área de Defesa do consumidor, do Ministério da Justiça. Em 2010, a marca foi multada em R$ 3 milhões e obrigada a trocar todas os cubos dos carros a partir de 2004. A multa foi para um fundo de estudo de acidentes de consumo e ainda precisou produzir um vídeo alertando da importância de atender a recalls
Câmbio Powershift da Ford
Várias são as reclamações de clientes de Focus, EcoSport e Fiesta sobre o comportamento do câmbio, que vibra, faz barulho e tem problemas na hora de trocar de marchas. Após ter realizado troca em várias unidades ou de recalibrar a transmissão, com o problema retornando, a marca foi acionada pelo Procon e acabou ampliando a garantia do componente para 10 anos
Fiat Tipo incendiário
A Fiat tinha muitas esperanças quando começou a importar o hatch médio Tipo para o Brasil. O modelo, infelizmente, sofria com um problema crônico nas minhas unidades com motor 1.6 que vinham da Itália. Havia um erro na produção das mangueiras que levavam o fluido hidráulico da direção para o carro e com o movimento ela se rompia e despejava o fluido sobre o coletor quente, incendiando o carro. O problema foi corrigido para a nacionalização do modelo, mas a fama ficou para todo o sempre
VW Gol desalinhado
A Volkswagen lançou a quarta geração do Gol e nem se incomodou com um "pequeno" detalhe do carro. Pedais, direção e banco eram desalinhados. Se você riscasse uma linha vertical no centro do volante veria que os pedais estavam deslocados para a direita e o banco para a esquerda, fazendo com o que condutor dirigisse todo torto. O problema só foi resolvido com a chegada da 5ª geração, em 2009
Aceleração involuntária da Toyota
Um tapete que se prendia sob o acelerador e o mantinha travado com aceleração máxima, causando acidentes, foi o motivo de um recall de 3,8 milhões. Além do Corolla, o defeito afetaria também o sedã grande Camry e o híbrido Prius. O resultado foi a necessidade de instalar pequenas travas no assoalho para prender o tapete
VW Fox decepa dedos
A primeira geração do Fox trazia um sistema que parecia ser mais ágil para rebater o banco traseiro, mas tinha uma argola na qual as pessoas prendiam o dedo e que em alguns casos levou a amputação de parte do dedo de alguns clientes. Com processos sendo abertos contra a marca, ela fez um dispositivo que escondia a argola. Tamanho foi o problema que o presidente da marca na época, Thomas Schmall, fez o acionamento do sistema para provar que era seguro em tv nacional
Mercedes-Benz Classe A que capota
A Mercedes-Benz Classe A foi uma revolução dentro da marca alemã. O resultado, no entanto, não foi tão bom. Após um "teste do alce", que é fazer um slalom rápido com o carro, como se estivesse desviando de um alce no meio da pista, ele capotou e começou a ser descrito como perigoso. Isso fez com que a marca alterasse o projeto adicionado um controle de estabilidade, mas a fama ficou
Celta e prisma com direção torta
Diferentemente do Gol, cujo volante era desalinhado, o do Celta e do Prisma era torto mesmo. O volante não ficava reto frente ao peito, mas sim apontado para a porta. A Chevrolet nunca deu uma declaração explicando qual o motivo da "característica"
Ford Explorer que capotavam
Os casos de picapes Ford Explorer que capotavam após a explosão dos pneus Firestone é o mais difícil. A Ford não fez mudanças necessárias na suspensão do utilitário-esportivo, que em testes já havia provado ser muito instável, e os pneus da fabricante americana que eram instalados se provaram ser de um lote defeituoso produzido na fábrica de Decatur, em Illinois. O resultado foi o fim de uma parceria de 100 anos entre elas. Dos casos registrados, um deles ocorreu no Brasil
Motor 1.0 VHT do VW Gol
A Volkswagen apresentou um motor 1.0 melhorado com a quinta geração do Gol, quando resolveu o problema do volante desalinhado. A marca dizia ter pedido uma nova especificação do óleo lubrificante que ajudaria a melhorar o rendimento dos carros. O que aconteceu é que vários motores começaram a apresentar quebra, barulhos ou redução excessiva do nível de óleo, o que levou a marca a realizar a troca de motor em algumas unidades e aumentar a garantia de três para quatro anos para compensar a falhar, além de voltar a especificação antiga de óleo. Além do Gol foram afetados também o Voyage e o Fox