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Galaxie 1967 é uma paixão que esperou por oito anos
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Galaxie 1967 é uma paixão que esperou por oito anos

Thiago LascoDe todos os carrões que passaram pela garagem de seu pai, o que mais fez os olhos do então... leia mais

21 de jul, 2013 · 5 minutos de leitura.

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 Galaxie 1967 é uma paixão que esperou por oito anos

Thiago Lasco

De todos os carrões que passaram pela garagem de seu pai, o que mais fez os olhos do então jovem Carlos Angi brilharem foi um Ford LTD 1969 – versão mais luxuosa do Galaxie. Hoje, aos 40 anos, o administrador de empresas exibe orgulhoso seu segundo exemplar 1967 do modelo clássico.

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O modelo foi descoberto em 1998 por um amigo de Angi. Estava encostado em um estacionamento. O administrador, que já dirigia seu primeiro Galaxie, foi até lá conferir e não resistiu. “Quando vi a combinação da pintura marfim com o interior vermelho, foi paixão à primeira vista.”

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Ele soube pelos funcionários do local que o sedã pertencia a um senhor lituano de 83 anos. O dono até aparecia para limpar o carro com uma flanela, mas não rodava com ele. A partir dali, Angi começou um longo flerte com sua nova paixão. “Eu ia para a casa de alguma namorada e antes passava por ali, só para admirá-lo”.


Foram quatro anos de visitas silenciosas até que, num sábado de 2002, o administrador se viu cara a cara com o proprietário. “Ele mesmo havia pedido aquela combinação de cores à Ford, e recebeu o Galaxie em junho de 1967. Foi o único carro que teve desde então.”

Angi teve de namorar o Galaxie por outros quatro anos até que o dono, abalado pela morte da esposa, finalmente concordou em vendê-lo, por R$ 3 mil.


RENOVAÇÃO
Com 100.225 km rodados, o carro tinha embreagem e suspensão em bom estado, mas o motor queimava muito óleo. Angi resolveu o problema comprando o V8 usado de uma picape Ford F100.

De 2006 até hoje, o Galaxie rodou mais 13 mil km, em viagens a Itanhaém, Sorocaba e Curitiba. Angi não poderia estar mais feliz. “Ele é uma delícia na estrada. A direção hidráulica, eu viro com o dedo!”.


A cabine do sedã é pura nostalgia. O quebra-vento é aberto por uma manivela e o freio de estacionamento, acionado por um pedal ao lado da embreagem. Duas luzes-espia indicam se a água do radiador está fria ou quente. O revestimento é todo vermelho.

Um mecânico de confiança foi contratado para regular o carburador e trocar o óleo do Galaxie. Mas Angi confessa que, nos últimos dois anos, apenas completou a água e a gasolina. “A mecânica dele é simples e robusta e não dá nenhum problema”, justifica.

Angi não cogita vender o clássico. Até porque seu filho Enzo, de sete anos, já espera pela vez de botar as mãos nele. “Ele desenha o Galaxie e diz que posso me desfazer de qualquer outro carro, menos desse”.


Enquanto o filho viaja no banco de trás, o pai colhe os louros ao volante. Certa vez, ele subia a serra na Rodovia dos Imigrantes quando um Mitsubishi Pajero emparelhou ao seu lado e os ocupantes começaram a bater palmas. “Isso é que é carro”, disseram. Angi não teve como discordar.


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