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Golpe com usados e seminovos: como identificar fraudes e evitar prejuízos
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Golpe com usados e seminovos: como identificar fraudes e evitar prejuízos

Com a alta na compra de veículos usados e seminovos, consumidor deve estar atento aos golpes mais comuns nos negócios feitos pela internet

Redação, Com Daniel Brito, especial para o Jornal do Carro

03 de jul, 2023 · 9 minutos de leitura.

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SUVs Usados Kicks
Nissan Kicks é um dos SUVs usados mais vendidos atualmente; veja alguns cuidados para não cair em golpes nas plataformas digitais de compra e venda de veículos
Crédito:Sergio Castro/Estadão

O mercado de carros usados e seminovos continua superaquecido em 2023. Conforme dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), mais de 4,1 milhões de modelos foram vendidos até maio. Ou seja, uma alta de 6,27% em relação ao mesmo período de 2022.

Mas a maneira de comprar esses veículos mudou muito nos últimos anos. Se antes o consumidor costumava ir até uma revenda ou concessionária para ver e testar o carro, agora a maioria das oportunidades de negócio está nas plataformas digitais. Só que a venda pela internet também abriu espaço para criminosos aplicarem golpes.

Nos quatro primeiros meses de 2023, a plataforma online OLX registrou 37,4 mil fraudes na compra e venda de usados e seminovos. Apesar da queda de 54% em comparação com o mesmo período do ano passado, conforme apontou o estudo de mercado da OLX, os golpes continuam a acontecer. E, portanto, demandam cuidados extras ao consumidor.

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A compra digital enfrenta desafios sobretudo em relação à segurança para fechar o negócio. A seguir, o Jornal do Carro traz dicas de como reconhecer e escapar de fraudes na hora de comprar veículos usados e seminovos.



O que diz o Procon-SP sobre golpes com usados

A assessora técnica do Procon-SP, Renata Reis, cita as ofertas excessivamente abaixo do valor de mercado como um dos principais exemplos de tentativa de fraude. Segundo a especialista, esses anúncios não ocorrem somente quando o consumidor está à procura de um veículo. Mas também por meio de mensagens de “phishing”. Nelas, o usuário pode transmitir dados confidenciais, como, por exemplo, senhas bancárias e do cartão de crédito.

“O interessado começa a receber mensagens com ofertas muito abaixo da tabela FIPE. É um chamariz para que o consumidor seja fisgado pelos criminosos”, resume Renata Reis. Para a especialista do Procon-SP, uma oferta como esta, disponível em ambiente virtual, deve fazer o potencial comprador redobrar a atenção. Afinal, não é possível verificar de início se o carro tem vícios e avarias. Além de multas e outras pendências, inclusive judiciais.


Reis alerta também para o chamado “golpe do sinal“. Nele, o vendedor exige que o cliente antecipe um valor para garantir a aquisição do veículo. “O consumidor não deve fechar de jeito nenhum esse tipo de transação. Ele já está em um ambiente que exige cuidado redobrado. Ou seja, esse tipo de procedimento, que solicita adiantamento de valores a terceiros, não pode ser feito no escuro. É necessário comprovar que foi para o proprietário do veículo”, pontua.

carro popular usados
Desconfie de pedido de sinal em nome de terceiro na compra de usados (DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO)

Dicas de especialistas para fugir de golpe

Diretora de produto da OLX, Beatriz Soares chama atenção para práticas de engenharia social. Nestas, os golpistas convencem os clientes aos poucos para que façam transações bancárias. Ou outras operações sem ao menos fazer uma vistoria prévia ao veículo. “Desse golpe sai um segundo. Além de roubar o dinheiro, o golpista usa os dados para a aplicação de novos golpes”, alerta.


Então, como se prevenir de fraudes? Segundo Renata Reis, do Procon-SP, os consumidores devem escolher sites de confiança. Em especial quando não podem se deslocar até as concessionárias físicas. “Eles não devem se aventurar em qualquer tipo de oferta. Até porque podem ser assediados pelas redes sociais. Ou por e-mails promocionais. Por isso, é necessário desconfiar desse tipo de ação. Algo que é feito até mesmo por sites idôneos”, completa.

Por fim, a assessora técnica do Procon-SP recomenda que os clientes verifiquem quem será o destinatário. Isso antes de concluir a operação, no caso de eventual transferência bancária. Segundo a especialista, no caso de sites intermediadores, vale pesquisar os dados. E verificar, principalmente, a quantidade de reclamações em órgãos de defesa do consumidor.

Como se prevenir de golpe com seminovos ou usados

  • Desconfie de valores muito abaixo do padrão de mercado. Observe a tabela FIPE atualizada. Além disso, vale comparar preços muito chamativos com os listados nas referências em relação à marca. Bem como ao modelo que se quer adquirir;
  • Busque informações sobre o vendedor, caso seja pessoa física. Exija transparência máxima durante todo o processo de negociação. Caso ele se recuse a oferecer alguma informação essencial, desconfie. E considere interromper o processo;     
  • Jamais faça pagamentos antecipadamente. Não se deve efetuar pagamentos sem antes conferir o veículo de perto. E verificar toda a sua documentação;
  • Antes de finalizar a compra, solicite uma vistoria do veículo. Esta pode ser feita em uma empresa credenciada junto ao Detran. Assim, poderá conferir as reais condições estruturais do automóvel. Bem como a mecânica. Não esqueça de pedir o manual do carro, a chave reserva e o comprovante de revisões; 
  • No caso de sites de venda, faça uma pesquisa prévia. Essa busca pode ser feita em sites e órgãos de defesa do consumidor. E permite verificar a quantidade de reclamações. Assim como as tratativas das queixas por parte da empresa em plataformas como Reclame Aqui e consumidor.gov.
  • Confira se o veículo está regularizado perante a Justiça. Assim como nos órgãos de trânsito e demais autoridades. Verifique se há pendências como parcelas de financiamento. Além de impostos (IPVA e licenciamento) atrasados. E multas não pagas.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.