Você está lendo...
GPS no celular é nova bússola moderna
Notícias

GPS no celular é nova bússola moderna

Motoristas trocam sistema do próprio carro por aplicativos como o Waze para fugir do trânsito

29 de jul, 2015 · 12 minutos de leitura.

Publicidade

 GPS no celular é nova bússola moderna

O navegador GPS do Volkswagen Jetta do arquiteto Tide Junqueira já foi seu companheiro inseparável em deslocamentos pela capital paulista e em viagens. Mas faz algum tempo que ele o substituiu por um aplicativo de celular que está fazendo a cabeça de cada vez mais brasileiros: o Waze.
“O GPS do meu carro está quase aposentado. Ele é bom, mas não me dá informações sobre o trânsito”, justifica.

O grande diferencial do aplicativo é, além de mostrar rotas entre dois pontos, informar ao motorista a situação das vias em relação a congestionamentos e ocorrências como buracos, acidentes e blitze policiais. Essas informações são fornecidas pelos próprios usuários, em esquema colaborativo.

Publicidade


Outra vantagem é a atualização dos mapas em tempo real. “Em um GPS convencional, você precisa baixar os arquivos, isso quando não é obrigado a pagar à concessionária pelo serviço”, compara o técnico de áudio Paulo Ricardo Morais.

Essas facilidades fazem com que muitos motoristas dirijam com o aplicativo ligado o tempo todo, mesmo quando vão para destinos que já conhecem. “Uso o Waze mais para fugir de engarrafamentos do que por não saber chegar aos lugares”, conta Junqueira. “Quando estou com pressa e não quero pensar muito, ele me guia e pronto.”

O arquiteto também destaca a possibilidade de aprender caminhos inéditos. “O GPS vai me dar o caminho padrão, pela avenida principal, com mais chances de estar cheia. O Waze me mostra rotas novas, ou caminhos que eu até conhecia, mas tinha medo de arriscar.


Nem sempre, porém, as sugestões do aplicativo são as melhores. Alguns caminhos podem ser perigosos ou mais longos. “O Waze já me fez cruzar vielas ermas dentro de favelas”, diz Junqueira. “Além disso, na volta de uma viagem, meus amigos seguiram o trajeto habitual e eu preferi dar ouvidos ao Waze, que me indicava um outro. Eles levaram duas horas e eu demorei oito.”

GPS INTEGRADO


Se os navegadores tradicionais se limitam a indicar rotas entre dois pontos, algumas montadoras já começaram a se movimentar para preencher essa lacuna e oferecer GPS mais completos, que fornecem informações de trânsito ao motorista.

No mercado brasileiro, esse recurso chegou recentemente, pelas mãos de marcas de carros de luxo, e está restrito a poucos modelos.
A Volvo oferece o sistema Sensus Navigation, que recebe informações do trânsito em tempo real, nas configurações de topo do hatch V40, do sedã S60, da perua V60 e do jipão XC60. Nas demais versões, o item pode ser instalado na concessionária. O serviço está disponível em todo o País.

Na BMW, a tecnologia é oferecida nos modelos das Séries 2, 3, 4 e 5 (com exceção do 320i Sport) e nos utilitários X3, X4, X5 e X6. O serviço está disponível na maior parte das capitais e em algumas grandes cidades, como Campinas (SP).


Neste ano, a Honda e trouxe o GPS integrado às versões de topo de Civic, CR-V e HR-V. O dispositivo opera por radiofrequência (sem necessidade de uma conexão com internet) e recebe informações de tráfego e acidentes, alimentadas no sistema por uma empresa terceirizada. São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte contam com o serviço.

O navegador integrado traz algumas vantagens em relação ao aplicativo. O motorista não fica refém das limitações da cobertura de sinal da internet ou da duração da bateria do celular. Além disso, a interação é feita pela central multimídia do veículo, que tem uma tela maior que a do smartphone.
A popularização do GPS integrado para outros modelos esbarra em questões de custo, mas também na falta de hábito do consumidor, que ainda não vê o recurso como crucial.

“Em pesquisas, notamos que o GPS integrado é considerado um adicional, mas não um fator determinante para a compra”, diz o gerente geral de vendas da Honda, Marcos Martins.


REDE SOCIAL

O Waze coleta as coordenadas geográficas dos usuários e as cruza em um servidor para então fornecer a melhor rota e calcular o tempo até o destino desejado. O aplicativo sugere a rota mais rápida levando em conta a menor distância, mas pode ser configurado para privilegiar o caminho mais livre.


Na prática, basta trafegar com o aplicativo aberto para fornecer os dados de posição e velocidade que vão alimentar o sistema. Mas a participação também se dá em outro nível. O usuário pode interagir com o aplicativo, enviando alertas sobre trânsito, neblina, acidentes e outras ocorrências com que se depara no percurso.

“As pessoas acabam ajudando umas às outras. Sabendo que houve um acidente, eu consigo alterar a minha rota”, explica o técnico de áudio Paulo Ricardo Morais.

Diante de um alerta postado, os outros usuários podem agradecer, por meio de um comando análogo ao ‘curtir’ do Facebook, enviar comentários e até começar um diálogo.


Porém, quem está guindo o carro não deve enviar as informações. Isso porque ter o celular nas mãos ao volante é infração.

INTERAÇÃO

A possibilidade de comunicação entre os usuários reforça o sentido de comunidade e dá ao Waze um quê de rede social. Ele pode importar os contatos do Facebook e mostrar quais deles estão ligados no aplicativo. “Meu primo viu que eu estava conectado e me enviou uma buzinada (saudação) pelo Waze”, diz o gerente de vendas Rodrigo Oliveira.


Oliveira e a esposa já incorporaram o Waze como uma ferramenta adicional de comunicação no dia a dia. “Meu Waze e o dela estão conectados. Assim, quando vou buscá-la, ela consegue saber quanto tempo vou demorar para chegar e monitorar minha aproximação.”

NO USO


O smartphone foi alçado à categoria de aliado indispensável do motorista, mas nem por isso dirigir com o celular na mão deixou de ser uma infração – a prática é capaz de provocar sérios acidentes por alguns segundos de distração.

Para tirar proveito máximo do Waze no trânsito, a melhor saída é recorrer aos suportes automotivos de celular. Com a disseminação dos aplicativos de táxi nas grandes cidades, esses acessórios foram adotados pelos motoristas de praça e se popularizaram rapidamente. Hoje, podem ser encontrados em lojas especializadas em itens para carros.

Os mais versáteis são aqueles dotados de ventosas. Eles podem ser instalados no painel do carro ou no para-brisa – no segundo caso, os mais indicados são os que possuem haste flexível. Os modelos têm preços entre R$ 30 e R$ 40.


Uma solução mais barata são os suportes adesivos: chegam a custar menos de R$ 10. Neles, duas pinças plásticas se ajustam à largura do aparelho por uma mola, e são presas ao painel por uma fita adesiva na parte traseira.
Mas é preciso escolher com cuidado o local de fixação, já que a fita só garante aderência ao suporte uma vez.

Deixe sua opinião