Depois que a Volkswagen se envolveu em um escândalo de proporções mundiais ao ter sido constatado que ela fraudava os testes de emissões de poluentes de seus motores a diesel, o grupo FCA (formado por Fiat, Chrysler e Jeep, entre outras marcas) está na mira da autoridade de proteção ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) pelo mesmo motivo. O órgão está acusando a FCA de ter fraudado testes de emissões em 103.828 unidades do Jeep Grand Cherokee e da Dodge Ram 1500 com motor 3.0 a diesel.
Da Dodge Ram 1500, a suspeita de adulteração recai sobre 14.083 unidades vendidas em 2014, 31.948 exemplares comercializados em 2015 e as projetadas 32.219 unidades vendidas em 2016. Já do Grand Cherokee, os números relativos a 2014, 2015 e 2016 são de 14.652, 8.421 e 2.469 exemplares envolvidos, respectivamente.
Suspeita-se que pelo menos oito dispositivos de controle das emissões de poluentes, que funcionaram corretamente durante os testes legais, tenham tido sua efetividade reduzida por meio de software quando os veículos rodavam em alta velocidade ou passavam por períodos de direção prolongada. Como consequência, acabavam emitindo um volume de óxido de nitrogênio bastante superior aos padrões permitidos.
Enquanto as investigações têm andamento, a EPA diz que os proprietários dos exemplares envolvidos não necessitam tomar nenhuma atitude, já que a condução dos carros é segura.
Caso a culpa da FCA venha a ser comprovada, o conglomerado poderá sofrer multa de até US$ 44.539 (quantia que corresponde a R$ 141.433) por exemplar fraudado, o que daria uma condenação de US$ 4.624.395.292 (cerca de R$ 14,7 bilhões).
Em nota oficial, o grupo FCA declarou acreditar que os sistemas de controle de emissões que emprega em seus veículos atendem a todos os requisitos da lei, mas prometeu cooperar com o trabalho das autoridades. A mera possibilidade de um novo Dieselgate já fez o valor das ações da FCA desabar mais de 16%.