Hairton Ponciano Voz

01/04/2020 - 11 minutos de leitura.

História do Tracker é marcada por idas e vindas

As duas gerações anteriores do Chevrolet Tracker, que eram importadas, tiveram vendas intermitentes no Brasil

Chevrolet Tracker chegou ao Brasil em 2001, importado da Argentina. Tinha motor turbodiesel de 87 cv e tração 4x4, com reduzida Crédito: Helvio Romero/Estadão

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A história do Tracker no Brasil é marcada por idas e vindas, lançamentos e interrrupções. No passado, o utilitário-esportivo já foi um SUV “raiz”, com motor turbodiesel e tração 4×4. Mas, para chegar aos detalhes do carro, é preciso voltar ao começo dos anos 2000.

Em 2001, portanto há 19 anos, a Chevrolet passou a vender no Brasil o Tracker de primeira geração. O modelo, então produzido na Argentina, nada mais era que a versão Chevrolet do Suzuki Grand Vitara.

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Aliás, os dois modelos era produzidos na mesma fábrica, em Rosário, na Argentina. Na época, a GM detinha 20% das ações da Suzuki, enquanto a marca japonesa possuía 0,7% do capital da empresa norte-americana.


O Tracker tinha motor 2.0 turbodiesel, produzido no Japão pela Mazda. Gerava 87 cv de potência, e funcionava em conjunto com um câmbio manual de cinco marchas. Segundo a Chevrolet, ele fazia 0 a 100 km/h em 21,7 segundos. O porta-malas acomodava apenas 275 litros.

Mas era na terra que ele mostrava suas reais aptidões. Com ângulos de entrada de 34 graus e de saída de 31 graus, o Tracker original tinha boa capacidade off-road. A tração contava com 4×4 normal e reduzida.

Em 2002, potência do Tracker foi de 87 para 108 cv

Em 2002, tanto Tracker como Grand Vitara trocaram o motor Mazda por um novo propulsor turbodiesel de origem Peugeot, com 108 cv. Com o acréscimo de 21 cv, o desempenho melhorou bastante.


De acordo com a GM, graças à mudança o modelo passou a acelerar de 0 a 100 km/h em 13 segundos. A máxima subiu de pouco mais de 140 km/h para 163 km/h.

No final de 2004, a Chevrolet decidiu interromper a importação do modelo, por causa do baixo volume de vendas. No entanto, após dois anos, a montadora retomou as vendas.

Na virada de 2006 para 2007, a marca voltou a importar o jipe 4×4 da Argentina. Mas, em vez do motor turbodiesel, o modelo chegou com motor 2.0 a gasolina de 128 cv. O objetivo era enfrentar o EcoSport 4WD e o Mitsubishi TR4.



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Se a potência havia recebido acréscimo de 20 cv em relação ao 2.0 movido a diesel, o torque sofreu redução de 25,5 para 17,7 mkgf. Com isso, o modelo começava a perder qualidades no fora de estrada para melhorar o desempenho urbano e rodoviário.

A aceleração de 0 a 100 km/h declarada pela fabricante era de 11,9 segundos. A máxima subiu para 168 km/h, 5 km/h a mais que a antiga versão. O modelo permaneceu no mercado até 2009, quando deixou de ser importado.

Segunda geração do Tracker veio em 2013

A segunda geração do Tracker chegou em 2013. O modelo deixou de vir da Argentina e passou a ser importado do México.


O novo modelo passou a ser equipado com motor 1.8 flexível de até 144 cv (o mesmo do Cruze) e câmbio automático de seis marchas. O visual deu um belo salto.

O problema, no entanto, foi o preço. Importado apenas nas versões mais caras (Freeride e depois LTZ), o Tracker não conseguiu brigar com principal concorrente, o EcoSport.


Em 2017, juntamente com uma reestilização de “meia vida” nas linhas externas, o SUV ganhou motor 1.4 turbo flexível de até 153 cv e câmbio automático de seis marchas, mesmo conjunto do Cruze. Agora, ele deu lugar à terceira geração do modelo.

Há 16 anos, ele brigou feio com o EcoSport

Há 16 anos, no dia 17 de março de 2004, Chevrolet Tracker e Ford EcoSport se enfrentaram em um comparativo nas páginas do Jornal do Carro. Foi basicamente um confronto de carros muito diferentes.

O texto começava evidenciando exatamente as discrepâncias entre o Chevrolet feito na Argentina e o modelo produzido em Camaçari, na então nova fábrica da Ford na Bahia.


O estilo era muito diferente. Assim com os motores e o sistema de tração. A Ford acabara de lançar a versão 4×4 do EcoSport, que chegou com uma chamativa pintura amarela e tabela a partir de R$ 63.590. Era uma vantagem e tanto diante dos R$ 89.119 sugeridos para o Tracker.

Parte dessa diferença podia ser explicada pela presença do motor 2.0 a diesel no modelo da Chevrolet. Com turbo e intercooler, o quatro-cilindros gerava potência de 108 cv e torque de 25,5 mkgf. O EcoSport também tinha motor 2.0, mas movido a gasolina. Oferecia mais potência (143 cv), mas menos torque (19,1 mkgf).


O texto assinado pelo repórter Igor Thomaz mostrou que, na hora de enfrentar a terra, o Tracker estava mais bem preparado. Além do torque superior em uma faixa de rotação bem menor, o SUV dispunha de sistema de tração mais completo.

Sistema 4×4 era mais robusto no Tracker

No modo 4×2, o motor mandava força para as rodas de trás. A opção 4×4 era selecionada por meio de uma alavanca. Havia também reduzida. “É aí que o GM supera seu rival, pois tem condições de enfrentar desafios mais radicais. Com esse sistema de tração, é muito mais difícil atolar o jipe”, destacava o texto da reportagem.


O sistema do EcoSport era bem diferente. Em situações, normais, mandava 95% da tração para as rodas dianteiras. Caso faltasse aderência, o dispositivo enviava até 30% para trás automaticamente. Havia também a possibilidade de acionar a tecla 4WD no painel. Nesse caso, a tração ficava travada em 50% para cada eixo.

A constatação era que, em trilhas leves, o EcoSport não teria dificuldades. “Mas não se iluda: o limite do EcoSport 4WD para o fora de estrada está abaixo do de seu rival”, informava o texto.

No asfalto, EcoSport foi melhor

No asfalto, as coisas se invertiam. O Ford tinha mais fôlego para ganhar velocidade. Outra vantagem do modelo nacional estava no rodar mais silencioso e com menos vibrações proporcionado pelo motor a gasolina. O texto, no entanto, fazia a ressalva de que o Tracker não foi considerado muito barulhento “para um jipe a diesel”.


Os engates de marcha foram considerados melhores no Ford. Em termos de aceleração, os números de fábrica informavam que o EcoSport precisava de 10,7 segundos para chegar a 100 km/h. A máxima era limitada a 180 km/h. Já a Chevrolet informava aceleração da imobilidade a 100 km/h em 13 segundos e máxima de 163 km/h.

O troco apareceu no consumo. O Tracker fez média urbana de 10,2 km/l de diesel (combustível mais barato que a gasolina), enquanto o Ford não foi além dos 7,8 km/l. Graças ao tanque maior do Chevrolet (66 litros, ante 50 do rival), a conclusão era a de que a autonomia do Tracker era bem superior.


Dadas as diferenças, o comparativo não apontou um vencedor, mas destacou que os dois vinham bem equipados, “com freios ABS, bolsas infláveis, ar-condicionado, direção com assistência hidráulica, ajuste de altura para volante e banco do motorista, acionamento elétrico para o vidro de todas as portas e outros itens de conforto comuns a veículos requintados”.


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