A chegada nova geração do sedã Civic, que estava prevista para o segundo semestre, só vai ocorrer em 2012. O atraso é consequência da redução da produção de veículos na fábrica da Honda em Sumaré (SP). Também por causa disso, ontem a Honda anunciou a demissão de 400 funcionários, 12% de sua mão de obra nessa planta.
A empresa alegou a necessidade de reduzir a produção de 600 para 300 automóveis por dia em razão da falta de componentes eletrônicos importados unicamente do Japão. A entrega de peças está restrita desde o terremoto de 11 de março.
A redução da produção dos modelos Civic (atual geração), City e Fit terá início em 6 de junho. Antes, os funcionários ficarão em licença remunerada a partir do dia 23.
O diretor da Honda do Brasil, Paulo Takeuchi explicou que as fábricas de subfornecedores de componentes, como semicondutores usados, por exemplo, no sistema de injeção eletrônica e comandos do painel, estão situadas na região do terremoto e também próximas à usina que teve vazamentos nucleares. Quando a produção se normalizar, “eventualmente” os demitidos poderão ser recontratados, disse ele.
Os fornecedores de peças para as motocicletas feitas em Manaus (AM) estão em região que não foi afetada, assim como os fornecedores da Toyota, que até agora optou apenas por dar três dias de folga aos funcionários das fábrica de Indaiatuba (SP).
Os trabalhadores da fábrica de Sumaré estão em greve há uma semana e pretendem manter a paralisação. “O trabalhador não pode pagar pelo problema do desastre natural, que afeta todas as fábricas do grupo”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, Jair dos Santos.