Ao lançar o WR-V, a Honda definiu como estratégia oferecer apenas versões bem equipadas e com câmbio automático CVT. Por isso, o maior concorrente do novo produto nacional da marca pode estar dentro de casa, pois seus preços e proposta são parecidos com os das opções de entrada do HR-V, que, por sua vez, é maior, mais espaçoso e potente. Comparamos o estreante na versão EXL, de topo, a R$ 83.400, com o HR-V LX, também com câmbio automático CVT, a R$ 86.800.
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A vitória do veterano foi contundente. Para quem vai à autorizada Honda procurar um HR-V LX, o WR-V não é alternativa à altura, pois perde em quase todos os quesitos (veja as notas abaixo). O utilitário maior vale cada centavo dos R$ 3.400 que custa a mais.
Na lista de equipamentos, o WR-V leva uma ligeira vantagem em relação ao “irmão”. Só ele tem sistema multimídia com tela de 7 polegadas e navegador GPS, câmera na traseira, luzes diurnas de LEDs, controlador de velocidade de cruzeiro e seis air bags. No HR-V, são apenas duas bolsas, mas há itens importantes que o “caçula” não tem, como controle eletrônico de estabilidade, freio de estacionamento elétrico e auxílio a partidas em rampas.
Ao volante, o HR-V é mais equilibrado que o WR-V. Os dois têm direção com assistência elétrica e respondem bem aos comandos, mas o veterano tem carroceria mais firme em alta velocidade, mesmo sendo mais alto. O ESP ajuda a melhorar a estabilidade e a sensação de segurança.
Além disso, seu motor 1.8 tem bons 139 cv (com etanol) que garantem agilidade superior à do utilitário menor em acelerações e retomadas em alta e baixa velocidade. O WR-V não chega a ser lento. Seu 1.5 casa bem com o câmbio CVT e as respostas surpreendem para um carro com 116 cv (etanol).
Nos dois carros a transmissão (idêntica) proporciona conforto e é precisa na hora de acelerar de forma gradual, mas se “confunde” e demora a responder quando o motorista pisa forte no pedal do acelerador.
Os preços das revisões de ambos são semelhantes. Já a apólice de seguro do HR-V é um pouco mais barata que a do novato.
Na cabine, HR-V ganha de goleada.Não é ao volante que está a maior vantagem do HR-V, e sim no interior. Seu porta-malas, por exemplo, atende quem precisa levar muita bagagem em viagens – as malas de uma família com quatro pessoas, por exemplo.
Em litros, o bagageiro do WR-V não é muito inferior ao do “irmão”. Na prática, contudo, o compartimento é equivalente ao de alguns hatches compactos. Dá para acomodar duas malas médias e uma pequena com alguma folga.
Nos dois modelos, o espaço no banco traseiro acomoda apenas duas pessoas com conforto. Ainda assim no HR-V eles viajam melhor, por causa do entre-eixos mais longo – são 2,61 metros, ante os 2,55 metros do WR-V.
Por ser mais largo, o veterano também oferece melhor acomodação caso seja preciso levar um quinto ocupante. Em ambos, o túnel central alto compromete o espaço para as pernas desse passageiro.
Os dois modelos têm problemas de ergonomia. O ajuste de altura do volante do WR-V é limitado. No HR-V, a alavanca que comanda as funções do computador de bordo, que fica no painel de instrumentos, é antiquada e difícil de acessar.
A cabine do HR-V é mais bonita e tem acabamento superior à do WR-V. Já a traseira do novato tem visual polêmico, principalmente as lanternas.