DIEGO ORTIZ
As baterias dos carros elétricos sempre foram apontadas como o calcanhar de Aquiles da tecnologia. Esta curiosa análise, que coloca a principal fonte de energia dos modelos movidos a eletricidade como a vilã da história, no entanto, é coerente, já que mesmo as mais modernas, de íons de lítio, não permitem trafegar grandes distâncias, tampouco um carregamento rápido – algumas ainda sofrem de superaquecimento.
Porém, a IBM promete mudar essa história radicalmente até 2020. A empresa está desenvolvendo uma nova bateria chamada de “lítio-ar”, que teria autonomia de 800 quilômetros, praticamente o dobro da maioria dos carros com motores a combustão no mundo.
De acordo com a IBM, a nova bateria seria responsável por acabar com a chamada ansiedade da autonomia, na qual os motoristas têm medo de que a carga não consiga levá-los até seu destino ou trazê-los de volta.
O grande segredo da nova bateria é a densidade de energia, mil vezes maior que uma de íons de lítio. Isso ocorre porque em vez de usarem óxidos metálicos presentes no polo positivo, essas baterias de lítio-ar utilizam carbono, que é mais leve, mais barato e reage com o oxigênio do ambiente para produzir uma corrente elétrica.
Os pesquisadores trabalham para resolver a instabilidade química, que limita a vida útil da bateria, e a pouca capacidade de suportar ciclos – a de íons lítio pode ser recarregada 100 mil vezes e a de lítio-ar, apenas 50 vezes.
Segundo um dos executivos do projeto da IBM, Winfried Wilcke, o oxigênio do ar não reage apenas com o eletrodo do carbono, mas também com a solução de eletrólitos que carrega os íons de lítio. Esse processo danifica as baterias.
No entanto, Wilcke afirmou que a equipe usou um supercomputador para modelar alguns eletrólitos que não fossem afetados pelo oxigênio. “Descobrimos um novo eletrólito promissor que resolveria os principais problemas.”
O objetivo da IBM, que trabalha em parceria com quatro laboratórios e com o governo dos EUA, é ter um protótipo da bateria pronto e em testes até 2013.