Imperial foi estrela de 'Besouro Verde'

Sedã da divisão de luxo da Chrysler recebeu armamento pesado mas manteve a vitrola no banco de trás

Por 06 de mar, 2016 · 5m de leitura.

Logo no início da trama, quando a câmera vai percorrendo a imensa garagem do playboy Britt Reid (Seth Rogen), surgem raridades como Mercedes-Benz 300 SL “asa-de-gaivota”, Ford GT e Bugatti, entre outras. Mas esses carrões têm presença fugaz em Besouro Verde, filme de 2011, pois quem rouba a cena é um enorme sedã preto de linhas quadradonas. O Crown 1965, da Imperial, então marca da Chrysler, foi totalmente modificado por Kato (personagem vivido por Jay Chou), chinês exímio em artes marciais e em mecânica, em uma verdadeira máquina de guerra.

Rebatizado de “Beleza Negra”, o carro recebeu metralhadoras no capô e portas, foguetes na parte inferior do para-choque dianteiro e lanças giratórias nas rodas, além de blindagem reforçada. Contrastando com todo esse aparato, há um tocador de discos de vinil na parte traseira da cabine.


Escondida atrás de máscaras, a dupla circula à noite pelas perigosas ruas do submundo de Los Angeles fazendo justiça por conta própria. Reid escolhe para si o apelido Besouro Verde.

Tudo começa quando, após a morte de seu pai, o ricaço herda o jornal “The Daily Sentinel”. Ele não demonstra a menor aptidão para tocar o negócio.

Em casa, sua primeira medida foi demitir todos os serviçais contratados pelo patriarca, entre os quais está Kato, que toda manhã preparava, em uma máquina feita por ele próprio, o café do novo patrão. Ao perceber que ficaria sem seu expresso, Reid recontrata o chinês e só então começa a descobrir o que ele fazia na garagem da casa, incluindo o “Beleza Negra”.


Enquanto Kato guia, atira e luta, Reid revela-se um grande trapalhão e acaba sendo sempre salvo pelo parceiro nos momentos de perigo. Mas ele consegue desvendar um complô político que controlava o noticiário. E, claro, se redime no final.

Rival de Mercedes. Na aventura para as telas, o “Beleza Negra” traz na grade dianteira o emblema de uma abelha – alusão ao inseto que teria picado mortalmente o pai de Reid, o magnata da imprensa James Reid (Tom Wilkinson). Mas, na vida real, o carro é um sedã Imperial Crown modelo 1965.

O nome Imperial era utilizado nos veículos mais caros da Chrysler desde os anos 20. A partir de 1955, tornou-se a divisão de luxo da empresa, cujo objetivo era disputar compradores com as conterrâneas Lincoln e Cadillac, além das europeias Mercedes-Benz e Rolls-Royce.


O Crown tem 5,79 metros de comprimento e 2 metros de largura. O responsável por mover as mais de 2,2 toneladas é um motor V8 gerenciado pelo câmbio automático de três marchas.

O modelo 1965 é da segunda geração do carro, e se caracteriza pelos faróis retangulares, que no filme têm coloração verde.