
Importar um automóvel por conta própria é possível, mas envolve muita burocracia e exige bastante paciência – o tempo para vencer os trâmites legais pode chegar a seis meses. Com a ajuda de empresas especializadas, a espera diminui para cerca de 100 dias. Pelo serviço, essas importadoras cobram de 5 a 10% do valor da operação – o custo médio é de R$ 20 mil.
Em geral, essas empresas têm filiais ou parceiros em outros países, o que facilita a procura pelo modelo escolhido. “É mais fácil e barato negociar com autorizadas que já tenham o carro em estoque do que configurar diretamente no site da fabricante”, afirma o presidente da Direct Imports, Daniel Valério.
Aqui um carro vindo dos EUA custa 2,5 vezes o preço praticado por lá. Mesmo assim, pode compensar. Um Chevrolet Camaro, por exemplo, tabelado no Brasil a R$ 227.746, sai por R$ 196 mil – diferença de R$ 31.746, ou 14%.
Isso porque dá para pleitear a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que chega a 55% do valor do carro. Um Ford Mustang V6, que custa US$ 23.800 nos EUA, tem isenção de R$ 53 mil, o que deixa o preço final em cerca de R$ 179 mil. Já um Chevrolet Corvette, que parte de US$ 53 mil nos EUA, pode chegar ao Brasil por R$ 360 mil.
O procedimento é o mesmo para antigos (com mais de 30 anos), mas é preciso ser sócio de um clube para que o processo seja aprovado. Seminovos não podem ser importados.
O lado negativo é que as fabricantes costumam negar atendimento ao produto em garantia se houver defeito. Segundo informações da GM, por exemplo, seus carros têm configurações exclusivas para cada mercado, por causa da legislação e preferências do consumidor. Assim, quem importar um carro da empresa pode ter dificuldade de fazer a manutenção.
Especialista em direito do consumidor, o advogado Josué Rios diz que as montadoras podem ser responsabilizadas na Justiça por falhas em seus produtos. “Em uma economia globalizada, elas têm de responder pela manutenção de carros adquiridos no exterior”, diz.
