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Instalação de acessório pode afetar garantia
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Instalação de acessório pode afetar garantia

Thiago LascoNa hora de personalizar o carro, ou incrementá-lo com itens de conforto e segurança, muitos proprietários recorrem a lojas... leia mais

30 de jun, 2013 · 8 minutos de leitura.

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 Instalação de acessório pode afetar garantia

Thiago Lasco

Na hora de personalizar o carro, ou incrementá-lo com itens de conforto e segurança, muitos proprietários recorrem a lojas independentes, em que os acessórios têm preços frequentemente mais baixos que os das concessionárias. Mas é preciso ter cuidado, pois a instalação desses produtos fora das autorizadas pode acabar comprometendo a garantia de fábrica.

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De acordo com informações das montadoras, os acessórios comercializados nas concessionárias, chamados de originais ou genuínos, são desenvolvidos especialmente para os carros da respectiva marca. Porta-vozes das empresas dizem que componentes à venda em lojas independentes podem não ser adequados a um certo modelo e causar problemas.

“Um caso comum é o de donos de Fox que, mal orientados, instalam rodas de 17 polegadas. Isso acaba provocando danos à caixa de direção ou ruídos na suspensão”, diz o gerente da autorizada Amazon, na zona oeste, Marcelo de Piano.

Em situações como essa, a montadora deixa de responder pelos componentes cujo funcionamento foi alterado pela instalação de itens que ela não homologou. “Os sistemas e subsistemas afetados perdem a garantia de fábrica”, afirma o supervisor de personalização da Ford, Ricardo Souza.


Isso quer dizer que a perda da garantia não abrange os componentes em que não houve interferência. “Vamos supor que o cliente instalou um friso fora da rede VW e a loja usou cola de vidro. Depois, ele removeu o friso e a pintura do carro se desprendeu. Nesse caso, a pintura perde a garantia, mas não o câmbio, por exemplo”, diz Piano.

O cancelamento da cobertura ocorre após os técnicos da marca analisarem o veículo e constatarem que há relação entre o acessório instalado fora da rede e os problemas. Nesse caso, a concessionária só fará os reparos após a aprovação de orçamento pelo cliente.

PERDA TOTAL
Algumas montadoras não têm posições tão claras quanto à extensão da perda da cobertura. No manual do proprietário do Onix, por exemplo, a Chevrolet informa que “a garantia não se aplica a veículo modificado fora da concessionária, de modo que, no julgamento do fabricante, tenha seu desempenho e sua segurança afetados negativamente”.


Já no livreto do Fiat Punto está escrito que “o uso de acessórios eletrônicos não genuínos pode provocar o não funcionamento do veículo e a perda da garantia”.

Trechos como esses possibilitam a interpretação de que o carro todo perde a garantia, e não apenas os sistemas diretamente ligados ao novo acessório.

Mas, para o advogado especializado em direito do consumidor Josué Rios, a perda da garantia não pode decorrer do que ele chama de “previsão genérica”.


“É preciso que a montadora comprove, de forma concreta, que há relação de causa e efeito entre o equipamento e o problema. Sem isso, a perda da garantia cai por terra”, diz Rios.

Ele lembra que o ônus de realizar essa prova é da empresa e, se o consumidor não ficar convencido, pode discutir a questão na Justiça. “Ele não é obrigado a aceitar o laudo da montadora, imposto de forma unilateral.”

PARADOXO
Embora as montadoras sejam unânimes em recomendar a instalação apenas de acessórios genuínos, há concessionárias que também têm em suas prateleiras produtos não homologados pela fabricante.


A Caraigá, autorizada VW na zona sul, vende e instala sensores de estacionamento, não originais, em modelos que não vêm de fábrica com o item. A Ford também tem autorizadas que oferecem itens que não levam o selo da montadora.

Nesses casos, os acessórios não contam com a garantia da montadora – manutenção e reparos só podem ser feitos na própria loja em que os itens foram vendidos. Mas e se a instalação causar danos ao veículo, como fica a garantia de fábrica?

“Se a loja vende, ela tem de dar garantia e resolver os problemas”, diz Souza, da Ford. “A própria concessionária tem de assumir o prejuízo, consertar o carro do cliente e arcar com os eventuais custos.”


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Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.