Após a chegada de marcas como Chery, JAC Motors e Lifan, no fim da década passada, o Brasil está recebendo uma nova leva de chinesas. Em março, a Geely, uma das maiores montadoras independentes da China, lançou seu primeiro carro no País, o sedã EC7. Nesta semana, a empresa apresentou o hatch compacto GC2, que chegará às lojas no fim deste mês com tabela de R$ 29.900. Ambos são montados no Uruguai.
Outra que promete lançar produtos no País em breve é a Zotye, cuja estreia está prevista para o Salão do Automóvel, que abre as portas ao público no dia 30 de outubro. A marca terá dois modelos: o hatch Z100 e o utilitário-esportivo T200. Em 2015, chegam o utilitário-esportivo grande T600 e o sedã Z300. Para 2016, o plano é trazer outro utilitário, o T500.
A Chery, que chegou ao mercado brasileiro em 2009, passou de importadora à fabricante. A empresa inaugurou sua fábrica em Jacareí (SP) na quinta-feira – a produção começa em dezembro. Da primeira planta da empresa fora da China sairão a nova geração do Celer, no início de 2015, o reformulado QQ, no segundo trimestre, e um utilitário-esportivo, possivelmente o novo Tiggo, em 2016.
Vice-presidente da Chery do Brasil, Luis Curi diz que a meta da marca é aumentar o número de concessionárias das atuais 67 para 100 até o fim deste ano.
A JAC, que estreou no País em 2011, anunciou que inauguraria uma fábrica em Camaçari, na Bahia, neste ano, mas adiou os planos para 2015. Agora, há o risco de a planta ser transferida para o Rio de Janeiro – até agora, no terreno que fica nas proximidades de Salvador foi feita apenas a terraplenagem. Segundo fontes, a decisão sobre o projeto sairá após as eleições.
GC2 é o segundo produto da Geely no Brasil e chegou em lote de 30 unidades
PANORAMA
A primeira chinesa a chegar ao País, ainda de maneira discreta, foi a Effa, com o compacto M100, em 2008. Mas as marcas do país asiático só ganharam força com o início das vendas de Chery e JAC, que estreou respaldada por uma forte estratégia de marketing.
Em 2012, com o aumento de 30 pontos porcentuais no imposto dos carros importados, as chinesas sofreram um grande baque. Isso jogou por terra a estratégia de oferecer carros completos a preços de nacionais sem itens relevantes.
A Geely segue essa trilha. Porém, trabalha com volumes baixos para não ultrapassar a cota de unidades isentas do IPI adicional. O primeiro lote do GC2, que acaba de desembarcar no País, é de apenas 30 carros.
Para se livrar do imposto extra, a Geely estuda construir uma fábrica no Brasil. A decisão também deverá ser tomada após o período eleitoral.