IRPF
Daniel Teixeira/Estadão

IRPF 2025: como declarar carro por assinatura

Não há obrigação de declarar as parcelas do carro por assinatura no IRPF, mas contribuinte pode optar pelo procedimento

Por Vagner Aquino 13 de jan, 2025 · 5m de leitura.

Os carros por assinatura têm caído no gosto dos brasileiros. Inicialmente, cabe pontuar, a modalidade era oferecida por locadoras, mas passou a chamar a atenção das próprias fabricantes como Audi, GWM, Renault e Volkswagen, por exemplo. Deu tão certo que a VW, a princípio, sequer comercializa o ID.Buzz no País. Quem quiser, precisa assinar um plano. Mas, com a proximidade das declarações do Imposto de Renda Pessoa Física 2025, referente ao ano-calendário de 2024 – que vão de 15 de março a 31 de maio -, a pergunta que não quer calar e: “Quem opta por esse tipo de negócio tem que especificá-lo na declaração do IRPF?”

Antes de explicar, cabe recordar o que significa assinatura de carro. Não é nem aluguel, nem compra, afinal, quem assina, paga uma mensalidade por um carro novo que inclui custos com seguro, documentação e manutenções. Em síntese, trata-se de uma espécie de financiamento para quem quer evitar dores de cabeça com demais burocracias. No caso da Kombi elétrica, por exemplo, o valor da assinatura aumenta conforme o prazo, que vai de 24 a 48 meses. A franquia tem pacotes de 1.500 km a 3.000 km mensais e parte de R$ 8.990/mês.

VW ID.Buzz Kombi elétrica IRPF
VW ID.Buzz (Felipe Rau/Estadão)

A assinatura de carro não dá a garantia de propriedade, por outro lado, não exige busca de crédito e, sobretudo, pode sair mais barata por embutir outros custos na parcela mensal. O cliente só arca com despesas pessoais, como abastecimento, pedágios, multas, etc. Já quem optar pela compra, precisa fazer a conta de custo-benefício e ter em mente a necessidade de ter crédito para dar entrada em um carro, mas tem a vantagem de rodar à vontade, bem como poder revender quando precisar – inclusive, repassando a dívida no caso de financiamento.

Deve-se analisar cada caso

Em síntese, não há uma fórmula específica, o interessado deve analisar cada ponto e, assim, decidir o que é ideal. Procure o carro, analise preços e condições, leia os contratos e, sobretudo, entenda se há vontade em adquirir um veículo próprio ou apenas em alugar por longo período.

Não é preciso declarar

Quem tem carro por assinatura não é obrigado a declarar as parcelas no Imposto de Renda. Entretanto, caso o contribuinte queira informar os gastos, pode. Essa despesa, no entanto, não tem função para a Receita. Ou seja, não há qualquer impacto na declaração do IR.


Seja como for, caso o contribuinte opte por declarar, deverá preencher o campo “Pagamentos Efetuados” da Declaração de Ajuste Anual (código “99 – Outros”), e informar o CNPJ do beneficiário – montadora/locadora -, bem como o valor total pago no respectivo ano (no caso, em 2024). “Se o assinante optar por incluir o carro assinado na declaração, terá que comprovar renda maior, a fim de justificar o gasto, e isso pode elevar o pagamento do IRPF”, explica o técnico contábil Marcilio de Carvalho, diretor da Senso Assessoria Fisco.

Siga o Jornal do Carro no Instagram!

O Jornal do Carro está no Youtube

Inscreva-se