Não são poucas as expectativas que a Volkswagen deposita sobre a próxima geração do Polo, que chega às lojas em setembro, logo após o lançamento mundial. O hatch dá início a um novo capítulo em sua história, que inclui o reposicionamento da marca no País e a renovação de seu portfólio nos próximos anos.
Mais que isso, o novato é a arma da VW para marcar posição em um segmento em que seus produtos atuais, sobretudo o Fox, já não fazem mais barulho. Com uma ampla gama de motores e versões, o Polo terá vários alvos a atingir.
Com o motor 1.0 TSI de três cilindros e até 128 cv que já equipa o Golf de entrada, ele vai brigar com Ford Fiesta e Honda Fit. Abaixo dele, duas opções de propulsores aspirados o credenciam a disputar espaço com Fiat Argo, Hyundai HB20 e Chevrolet Onix.
Construído sobre a plataforma modular MQB encurtada, o Polo incorpora recursos como controles de estabilidade e tração, freios a disco nas quatro rodas, detector de fadiga do condutor e sistema de frenagem pós-colisão, que detém o veículo para evitar múltiplas colisões.
O modelo é praticamente idêntico ao que será vendido na Europa. Entre as particularidades da versão brasileira, estão a altura em relação ao solo, 20 mm maior, e as saídas de ventilação na parte posterior do console central, dirigidas aos ocupantes do banco traseiro.
Tivemos acesso a uma unidade pré-série da configuração intermediária Comfortline, equipada com o motor 1.0 turbo. A primeira sensação que se tem da cabine é a de um “mini-Golf”, com banco que veste bem o motorista, peças bem encaixadas e espaço interno.
Os instrumentos analógicos, com um mostrador digital ao centro, são os mesmos de Golf e Fox – o painel digital aparece apenas na versão de topo, como opcional. Mas o painel tem linhas bem mais modernas e enxutas. Na central multimídia, é possível configurar funções como o controle de tração, que pode ser desabilitado.
O acabamento da unidade pré-série avaliada parece pobre para um modelo com ambição de “premium”. O revestimento dos bancos não encanta e os painéis de porta são inteiros de plástico, com uma pequena aplicação de tecido apenas sobre os nichos que servem como apoio de braço. Mas a VW declarou que o interior poderá mudar no modelo definitivo.
Atrás, dois adultos vão bem, mas a linha descendente do teto limita o conforto para quem tem mais de 1,80 metro de altura. Um quinto ocupante tem o espaço para as pernas limitado pelo duto central, que é menos saliente que no modelo europeu. O porta-malas comporta 300 litros.
Em movimento, os 128 cv deslocam o peso do carro com desenvoltura, auxiliados pelas trocas rápidas e suaves da transmissão Tiptronic de seis velocidades. O torque de 20,4 mkgf surge a apenas 1.500 rpm, mesma faixa de rotação do motor 1.0 TSI de até 105 cv do Up! – mas as respostas não chegam a ser divertidas como as do subcompacto.
Foi notável o esforço dos engenheiros da VW em buscar um acerto mais confortável para a suspensão do Polo, após ouvir queixas de vários consumidores da marca. O resultado é um carro bom de curvas, mas sem a dureza típica de modelos anteriores.