DIEGO ORTIZ
A baixa lucratividade fez a JAC Motors rever sua estratégia no Brasil. Os sinais mais visíveis do momento complicado por que passa a empresa são o fechamento de cinco das 14 concessionárias da rede na capital e o anúncio do adiamento da construção da fábrica em Camaçari (BA), cujos trabalhos de terraplenagem deveriam começar nos próximos dias.
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O contraste com o estardalhaço causado pelo início das atividades da marca chinesa no País é notório. Para divulgar sua chegada ao mercado brasileiro, a JAC abriu 13 concessionárias na capital ao mesmo tempo em 18 de março do ano passado, data que foi batizada pela companhia de “Dia J”.
Apesar de a empresa informar que as operações estão firmes e que as vendas continuam dentro do previsto, os números de emplacamentos sugerem o contrário. Em julho, as vendas da linha J3 (hatch e sedã), que respondem por cerca de 80% dos JAC comercializados no País, caíram 30% ante a média de 1.350 emplacamentos mensais de abril a junho.
A conta para ilustrar a baixa lucratividade, segundo informações da fabricante, é simples. Quando o J3 foi lançado aqui, em março do ano passado, sua tabela era de R$ 37.900, com IPI de 13% e dólar cotado a R$ 1,60. Atualmente o hatch sai por R$ 34.900, o dólar está na casa dos R$ 2 e o IPI chegou a impressionantes 43%.
Aliás, a alta no imposto e a indefinição sobre as regras para as novas montadoras que pretendem se instalar no Brasil são apontados pela JAC como os principais motivos para o adiamento da fábrica em Camaçari. O governo da Bahia informou que a decisão põe fim à criação de 3,5 mil empregos diretos e 10 mil indiretos.