Jeep Commander Blackhawk
Thais Villaça/Estadão

Jeep Commander Blackhawk é mais caro que rivais, mas melhor de dirigir

Nova versão de topo do Commander com motor de 272 cv une conhecidas características de espaço e conforto a um desempenho muito mais esportivo

Por Thais Villaça 15 de ago, 2024 · 11m de leitura.

Quando foi lançado, há exatos três anos, o Jeep Commander não tinha como principal proposta um desempenho de cair o queixo. Tanto o motor 1.3 turboflex quanto o 2.0 turbodiesel, ambos ainda em linha, oferecem um comportamento razoável, típico dos grandes SUVs que priorizam o espaço e o conforto em detrimento à esportividade.

Mas alguns meses atrás, a montadora decidiu dar uma incrementada no portfólio do jipão. Na linha 2024, o modelo recebeu o elogiado motor Hurricane 4, que equipa outros modelos do grupo Stellantis, como o Jeep Wrangler e a Ram Rampage. Desse modo, o jogo virou, e o Commander agora não se destaca apenas por características como a capacidade de levar sete ocupantes. Assim, se alia a esses bons atributos uma performance muito mais azeitada. E que agora justificam o preço acima de R$ 300 mil – mesmo que seja mais caro que boa parte dos rivais.

Jeep Commander Blackhawk
Thais Villaça/Estadão

Como é o Commander Blackhawk

Para começar, temos que falar que há duas versões que trazem o motor Hurricane 4: Overland e Blackhawk. Nosso teste, entretanto, foi com a opção de topo, a mais completa da gama, que custa R$ 321.290. O preço pode assustar a princípio, mas se pensarmos que a gama do Commander tinha como topo uma configuração a diesel com preço encostando nos R$ 340 mil, o novo membro da família tem uma receita até que equilibrada – apesar de ser bem mais “gastão” em termos de combustível, é claro.

No design, somente alguns poucos detalhes diferenciam a versão mais cara, como grades, rodas e logotipos escurecidos, para-choques e saias laterais na cor da carroceria, dupla saída de escape, rodas de 19” e pinças de preto vermelhas. Por dentro há algumas exclusividades, como painel revestido de suede e logotipos bordados nos bancos, por exemplo.

Jeep Commander Blackhawk
Jeep/Divulgação

Mas é sob o capô que está o grande diferencial do Blackhawk. A mecânica é basicamente a mesma da Rampage, com quem o SUV compartilha plataforma, motor, transmissão e sistema de tração. Ou seja, o modelo recebe motor 2.0 turbo a gasolina que entrega bons 272 cv e 40,8 mkgf de torque, além de câmbio automático de nove marchas com tração integral. Com esse conjunto, o Commander acelera até os 100 km/h em 7 segundos e chega aos 220 km/h.

Jeep Commander Blackhawk
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Espaço interno e concorrentes

Com 2,79 metros de entre-eixos, o carro tem bom espaço interno, mas com as típicas restrições de acomodação na terceira fileira de bancos, como é de praxe nesse tipo de veículo. É a mesma distância entre os eixos do Volkswagen Tiguan Alllspace e 8 cm extras em relação ao Caoa Chery Tiggo 8, considerados seus principais rivais. Mas não foge muito até de modelos de sete lugares de categorias superiores. 


Em relação ao porta-malas, são 661 litros quando a terceira fileira está recolhida. Já com a capacidade para sete passageiros, esse volume diminui para 233 l. Já é mais generoso que o de um Fiat Mobi, com seus 200 l.

Jeep Commander Blackhawk
Thais Villaça/Estadão

Embora Tiguan (R$ 284.590) e Tiggo 8 (de R$ 179.990 a versão a combustão a R$ 249.990 o híbrido) tenham preço mais em conta, o Commander realmente tem uma dirigibilidade mais refinada e esportiva com a nova motorização. Não é à toa que mesmo já situado em um patamar de preços mais alto, o Jeep é líder da categoria. 


Mas há uma ressalva: escolha o Commander Blackhawk se além de prazer ao dirigir, você realmente precisa carregar sete pessoas no veículo. Se um modelo menor lhe atende, aposte no Compass, que tem as mesmas características em uma embalagem um pouco menor (R$ 279.990 na mesma versão Blackhawk). Ou mesmo um GWM Haval H6 GT, a configuração mais esportiva do SUV híbrido, que custa R$ 319 mil. Além disso, há ainda algumas opções de modelos de marcas premium, como um Audi Q3 (R$ 297.990) ou um BMW X1 (R$ 299.950).

Jeep Commander Blackhawk
Thais Villaça/Estadão

Lista de equipamentos

Na cabine, o Commander Blackhawk tem acabamento de alta qualidade, que mistura revestimentos de couro, suede e acentos metálicos.Há ainda painel de instrumentos digital de 10,25″ e central multimídia de 10,1″ com conectividade para Android Auto e Apple CarPlay. Completa a parte de entretenimento o sistema de som da Harman Kardon com nove alto-falantes.


Não podiam faltar ainda uma série de assistentes à condução, como alerta de ponto cego, detector de fadiga, comutação automática dos faróis, frenagem autônoma com detecção de pedestres e ciclistas, aviso de tráfego cruzado traseiro e leitor de placas. Como novidade, o assistente de permanência em faixa trabalha em conjunto com o controle de cruzeiro adaptativo para ajudar em curvas.

Jeep Commander Blackhawk
Thais Villaça/Estadão

Ao volante do Commander

Uma das coisas que mais impressiona ao volante do Commander Blackhawk é como o desempenho do motor faz com que você esqueça – ao menos por um momento – que está dirigindo um grandalhão de quase 1.900 kg. Aliás, o casamento com o câmbio é muito harmonioso, com trocas de marchas rápidas para proporcionar uma agilidade surpreendente para um carro de proporções avantajadas.


Outro acerto do SUV é no quesito suspensão. Nesse caso, não dá para esperar um comportamento de modelos esportivos, mas se levarmos em conta que a expectativa é de rodar com o veículo carregado, o ajuste é muito bem feito. Ou seja, não é tão firme no dia a dia, mas também não é molenga como eu outros veículos desse tamanho. Isso é para que quando o carro estiver com os sete ocupantes, o desempenho se mantenha equilibrado, sem que os passageiros sintam o impacto de qualquer buraquinho na via.

Mas nem tudo são flores, e a performance que agrada também cobra seu preço na hora de abastecer. Conforme dados do Inmetro, o Commander com o Hurricane 4 roda 8,2 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada. Na prática, entretanto, o resultado é ainda mais desanimador, já que o computador de bordo registrou média urbana (não tivemos tempo de levar o carro para a estrada nesse período) de 6,1 km/l. Uma boa solução para o futuro seria incluir no conjunto um sistema híbrido leve, que seja, que ajuda a economizar combustível sem encarecer muito a mecânica.

Pontos positivos

Desempenho agrada bastante para um carro desse porte; câmbio e motor trabalham em sintonia e suspensão tem ótimo acerto


Pontos negativos

Mesmo sendo um carro potente, o consumo é elevado; preço acima dos R$ 300 mil e bem mais alto que o dos concorrentes pode assustar os consumidores

Ficha técnica

Jeep Commander Blackhawk

  • Motor – 2.0, 16V, quatro cilindros, turbo, gasolina
  • Potência – 272 cv a 5.200 rpm
  • Torque – 40,8 mkgf a 3.000 rpm
  • Câmbio – automático de nove marchas; tração integral adaptativa
  • Comprimento – 4,76 metros
  • Largura – 1,85 m
  • Altura – 1,72 m
  • Entre-eixos – 2,79 m
  • Peso (ordem de marcha) – 1.886 kg
  • Porta-malas – 661 litros (cinco ocupantes) ou 233 litros (sete ocupantes)
  • Tanque – 61 litros
  • Consumo urbano – 8,2 km/l
  • Consumo rodoviário – 10,2 km/l
  • Aceleração 0 a 100 km/h – 7 segundos
  • Velocidade máxima – 220 km/h
  • Preço – R$ 321.290

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