Nem Renegade, nem Compass. O Jeep Commander 2025 passa a ser o único carro a diesel no portfólio da marca norte-americana no Brasil. E não mais com o 2.0 turbo de 170 cv. O SUV médio-grande agora é empurrado pelo 2.2 turbodiesel de 200 cv, que estreou na Ram Rampage Big Horn e também estará na Fiat Toro. Chega somente na versão Overland e com preço de R$ 309.990 — um incremento de R$ 4 mil frente à mesma configuração com o motor anterior. Mexida no visual? Só das novas rodas de 19 polegadas com acabamento escurecido.
Se no utilitário compacto e no médio as versões diesel não tinham demanda, no segmento que o Commander atua, junto de Toyota SW4 e Chevrolet Trailblazer, esta motorização ainda exerce uma fatia relevante: 20%. Vale lembrar que, em 2024, o Jeep emplacou quase 17 mil unidades.
Mas por que a Jeep fez a troca? A explicação está na nova fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve L8), que trouxe legislações mais rígidas relativas à emissão de poluentes no Brasil desde o dia 1° de janeiro deste ano. A fabricante então optou pela troca do motor e estar de acordo com as regras atuais.
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Jeep Commander abaixo de 10 s
O Multijet II 2.2 turbodiesel é importado e traz o duplo sistema de recirculação de gases (EGR), vindo dos caminhões, e pós-tratamento com injetor de ureia para diminuir os índices de emissão. Fora isso, o motor é mais potente, tem mais torque e um consumo, ligeiramente, melhor em relação ao 2.0 turbodiesel anterior. Agora o Commander tem 200 cv e 45,8 mkgf de torque — são 30 cv e 7 mkgf extras.
De acordo com a Jeep, o desempenho melhorou bastante. O zero a 100 km/h, por exemplo, baixou de 11,6 segundos para 9,7 s, um ganho bem expressivo. Já a velocidade máxima passou de 197 km/h para 205 km/h. A marca diz ainda que as retomadas estão mais lépidas. Já o consumo não mudou muito. O SUV agora faz 10,3 km/l (urbano) e 13,4 km/l (rodoviário). Os números são bem perto do 2.0, que tinha médias de 10,2 km/l na cidade e 13,2 km/l na estrada.
A experiência com o novo Jeep Commander Overland foi breve e bem longe do habitat do SUV: um circuito. Mas nas três voltas na pista da Pirelli, no interior de São Paulo, deu para perceber que o modelo está mais rápido. A potência e torque extras dão mais disposição para tirar os exatos 1.943 kg da inércia. O ganho de velocidade, todavia, como em todos os carros diesel, é progressivo. As retomadas na pista dão confiança para fazer ultrapassagens com menos espaço.
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SUV do barulho
Mas nas curvas, não há milagres. Com o centro de gravidade alto e a aerodinâmica de uma geladeira, o Commander aderna a carroceria em contornos mais fechados e tem uma pequena tendência a sair de frente, mas sem grande sustos. O SUV ‘avisa’ tudo que está acontecendo e a direção elétrica até dá um feedback As babás eletrônicas também está lá para garantir que nada saia fora do controle
E o melhor: sem um desconforto acústico. Claro que o motor a diesel vibra e tem barulho. Porém a Jeep fez um novo trabalho de isolamento que não deve atrapalhar o convívio no dia a dia e também em viagens mais longas. Os engenheiros também fizeram mudanças no câmbio, com relações mais alongadas e superdimensionando os freios para lidar com o novo desempenho.
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Por ser uma opção acima dos R$ 300 mil, o Commander Overland vem bem equipado. Destaque para as telas de 10,25” do painel de instrumentos e 10,1” da central multimídia”, som assinado pela Harman Kardon, teto solar panorâmico e conjunto óptico todo em LED. Além disso, o SUV traz diversos itens de segurança, como alerta de colisão com frenagem automática, detecção de ponto cego e de tráfego cruzado. Por fim, alerta de mudança de faixa, frenagem de emergência, detector de fadiga e park assist também são de série.
O Commander Overland 2.2 diesel vai se posicionar exatamente no mesmo lugar de antes: no meio da gama. Abaixo, somente as versões 1.3 turboflex de 176 cv, Longitude (R$ 227.990), Limited (R$ 253.990) e também Overland (R$ 276.990). Acima, as opções Overland e Blackhawk com o potente 2.0 turbo a gasolina de 272 cv, com preços de R$ 318.990 e R$ 335.990, respectivamente.