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Jeep Compass vai bem em sua primeira avaliação
Avaliação

Jeep Compass vai bem em sua primeira avaliação

Versão Longitude, com motor 2.0 a diesel, mostra bom comportamento. Falta o modelo 2.0 flexível, que ficou para o mês que vem

28 de set, 2016 · 10 minutos de leitura.

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 Jeep Compass vai bem em sua primeira avaliação
Jeep Compass

Houve um tempo em que utilitários esportivos eram um sonho distante para quem tinha um sedã médio, por exemplo. Mas as coisas estão mudando rapidamente. Novos sedãs como Chevrolet Cruze e Honda Civic elevaram o padrão de preço e acabamento da categoria. Com isso, praticamente encostaram nos SUVs. É o caso, por exemplo, do novo Jeep Compass. O modelo que está sendo lançado hoje tem preços a partir de R$ 99.990, o que o coloca na mesma faixa de preço dos dois novos sedãs. Assim, o sonho começa a ficar próximo.

A Jeep colocou para avaliação inicialmente apenas os modelos com motorização a diesel. A estratégia é submeter ao crivo dos jornalistas os carros menos imunes a críticas negativas. Ela quer evitar qualquer possibilidade de repetir a situação ocorrida com o Renegade. Na ocasião, o motor a diesel agradou, mas o modelo com motor 1.8 flexível não foi recebido com o mesmo entusiasmo.Assim, o Compass com o novo motor 2.0 Tigershark flexível (166 cv) fica para o mês que vem.

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Como era previsível, o Compass a diesel agradou. O motor Multijet II de 170 cavalos (3.750 rpm) e 35,7 mkgf de torque (a apenas 1.750 rpm) é o mesmo do Renegade e da picape Fiat Toro. E trabalha em sintonia fina com o câmbio automático de nove marchas, da mesma forma como nos dois modelos. Aliás, os três compartilham a mesma plataforma modular, com as devidas mudanças relativas a cada projeto. A suspensão traseira da Toro, por exemplo, é um sistema multilink diferente da dos Jeeps, porque ela está preparada para levar mais peso.

O Compass acelera muito bem, e também tem boas retomadas de velocidade, graças ao ótimo torque em baixa rotação. As passagens de marchas são suaves, e, se quiser, o motorista pode fazer mudanças nos comandos atrás do volante.

Aparentemente o motor não sentiu os 1.717 quilos (apenas 88 quilos a mais que o irmão menor), e leva os 4,42 metros do modelo (18,4 cm mais longo que o Renegade) com desenvoltura. O fato é que o motor 2.0 a diesel “sobra” no Renegade, e mesmo no Compass dá conta do recado com certa facilidade. A Jeep anuncia aceleração de 0 a 100 km/h em 10 segundos, e 184 km/h de máxima.


Contribui para o bom desempenho a carroceria do novo carro, que tem 70% de aços de alta e altíssima resistência. Graças a eles, a Jeep pode até reduzir a quantidade de material na construção da carroceria, sem prejudicar a resistência. Além disso, a dirigibilidade também melhora, porque a estrutura não “torce”. O resultado é um carro mais “na mão”.

Avaliado apenas em percurso urbano e rodoviário no litoral sul de Pernambuco, o carro confirmou as qualidades esperadas. A suspensão independente nas quatro rodas e de longo curso absorveram bem as irregularidades do asfalto, sem transferir solavancos para o interior. Se o Renegade já agrada neste aspecto, o Compass (que em inglês significa bússola) só elevou o padrão de conforto, porque o entre-eixos é um pouco mais longo (2,64 metros, ante 2,57 m do modelo menor).

A direção tem bom peso e o carro mostrou obediência nas curvas, sem muita inclinação de carroceria. Como no Renegade, os Jeeps atuais não têm mais nem de longe aquele comportamento dos modelos antigos, que eram bons só fora do asfalto. Claro que não há aquele prazer ao volante e aquela dirigibilidade que só os modelos mais baixos conseguem transmitir, mas o Compass é agradável.


Falando em conforto, o acabamento é muito bom. A superficie do painel é macia, o que transmite boa sensação ao toque. As saídas de ar têm molduras cromadas, e há apliques de plástico preto brilhante no painel. O aspecto de sofisticação e conforto é reforçado pelos controles elétricos no banco do passageiro e no revestimento de couro, etc.

Em termos de espaço, o Compass também impressiona. Há boa acomodação tanto na frente como atrás. Os joelhos ficam bem longe do encosto dos bancos dianteiros, e o teto é alto. O carro tem 1,64 m de altura, o que faz dele um jipe alto sem ser grandalhão demais. Além, disso, ele resolve um problema insolúvel do Renegade, o porta-malas: o novo modelo tem capacidade para 410 litros, muito mais que os 260 l do modelo menor.

A Jeep divulga consumo de 9,8 km/l na cidade e 11,4 km/l na estrada.


O sistema off-road é o mesmo do Renegade. Um comando giratório no console permite preparar o carro para terrenos arenosos, de pedra (só na Trailhawk), lama, etc. Há ainda reduzida e controle automático de descida (pode-se tirar os pés dos pedais em declives acentuados, que o carro faz tudo sozinho).

No caso do Longitude, a altura do solo é de 21,8 cm. As demais medidas off-road são: ângulo de entrada, 28,7 graus; de saída, 31,9 graus. Já o Trailhawk é um pouco mais alto do solo (22,9 cm), tem 29,1 graus de ângulo dianteiro e 33,1 graus na traseira.

Por fim, o estilo também agrada. A dianteira lembra bastante a do Grand Cherokee, principalmente por causa dos faróis (LEDs). A grade é dominada, evidentemente, pelas sete aberturas verticais, que são o símbolo da marca. Só que, no caso do Compass, elas são bem mais largas do que no Renegade. Atrás, as lanternas também de LED têm parte interna bem trabalhada, que passam impressão de superfície 3D.


O modelo avaliado, Longitude, custa R$ 132.990, com motor a diesel e o pacote mecânico que inclui câmbio de nove marchas e tração 4×4. Além dele, o conjunto está disponível também na versão Trailhawk, por R$ 149.990.

O Compass passou no primeiro teste, sim. Agora, vamos aguardar o modelo 2.0 flexível. Afinal, como no Renegade, é ele que irá responder pela maior parte das vendas: a Jeep estima que o 2.0 bicombustível ficará com 70% das vendas.


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