Desde o fim da semana passada, os modelos EcoSport e Ka (hatch e sedã) não aparecem mais no site da Ford. Isso indica que, após encerrar as atividades das fábricas nacionais – Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE), da Troller – , a montadora decidiu parar, de vez, com as vendas dos respectivos modelos.
Conforme você acompanhou no Jornal do Carro, em janeiro, algumas concessionárias afirmaram que tinham estoque para dois ou três meses. De fato, foi o que durou. De lá para cá, os três modelos receberam grandes descontos por parte das revendas. Alguns, já chegavam perto de R$ 10 mil.
E isso continua, afinal, os modelos seguem disponíveis na área destinada à ofertas no site da Ford. Ou seja, ainda há tempo para enviar propostas, mas só dura mais um mês – até dia 4.
Vendas da Ford serão voltadas a modelos premium
Conforme anunciado à época, a Ford não deixou o Brasil, apenas optou por não ter mais fábricas localmente por causa da ampliação da persistente capacidade ociosa da indústria (causada pela pandemia da Covid-19) e redução das vendas, “resultando em anos de perdas significativas”, disse a fabricante na ocasião.
Ou seja, continuará com sua sede administrativa, o Centro de Desenvolvimento de Produto e o Campo de Provas (em Tatuí, interior de São Paulo) operando no País e, também, com alguns modelos importados no portfólio. Todos, entretanto, acima de R$ 166.790. Este é o valor do exemplar mais barato da marca, hoje, a picape Ranger.
A Ford conta, ainda, com uma gama de outros três modelos. Além da picape, têm os SUVs Edge e Territory, e o esportivo Mustang. E os planos da montadora é permanecer com preços salgados. Afinal, a ideia é trazer para cá modelos como Maverick, Bronco e até o Mustang Mach 1, que é ainda mais potente que a versão Black Shadow, vendida hoje a R$ 396,9 mil. Ou seja, valores bem distantes dos pouco mais de R$ 50 mil que eram cobrados pelo Ka.
Por essas e outras, embora a Ford não tenha confirmado, até o momento, é certo que o número de concessionárias será reduzido no Brasil. Das 280 atuais, devem restar apenas 120, aproximadamente, apontam informações. De acordo com uma fonte que preferiu não se identificar, as demissões de equipe começaram já na semana anterior ao anúncio. Ou seja, desde o comecinho de janeiro.