Diego Ortiz, de Austin (EUA)
Guichê de imigração do aeroporto de Detroit, 6h40. Michelle, a atendente, pergunta qual é o motivo da viagem. Avaliar a nova e terceira geração do Lexus IS, que desembarcará no Brasil em setembro (com preço estimado em R$ 185 mil), é a resposta. “Ah, eu amo a Lexus. Já tive um GS, mas vendi para ajudar a pagar a hipoteca. É um carro maravilhoso, resistente. Bebe um pouco, mas é ótimo em todo o resto”, afirma a representante do governo norte-americano.
Esta é a imagem que a marca de luxo da Toyota tem nos EUA – a fabricante de origem japonesa vem ganhando por lá vários prêmios de satisfação de clientes, à frente até da Porsche. E é este o conceito que a empresa espera conquistar no Brasil para sair das sombras e superar rivais como BMW, Mercedes e Audi.
O próprio IS é um bom argumento a ser usado para seduzir os brasileiros. O sedã abandonou o visual careta da geração anterior (ainda disponível no País) e ganhou nuances esportivas.
No lançamento mundial em Austin, Texas, o novo e o atual repousavam na pista do Driveway Austin Motorsports Academy. De cara dava para conferir o salto entre os dois, principalmente no interior, muito mais moderno e refinado até que o de um BMW 335 – que também foi levado ao circuito para comparações.
O modelo terá no Brasil as versões IS250 e IS250 F Sports. O IS300h, híbrido, com motor 2.5 quatro cilindros a gasolina de 178 cv e outro elétrico de 38 cv, está em estudo. No IS250, que deverá ser o carro-chefe da marca por aqui, o propulsor 2.5 V6 gera 204 cv. O câmbio é automático de seis marchas.
O modelo mostra que o tempo gasto pelos engenheiros da marca em testes no circuito Fuji Speedway, no Japão, e em Nürburgring, na Alemanha, surtiram efeito. O IS250 acelera forte e tem um bom comportamento em curvas. A única ressalva é um balançar de carroceria acentuado em frenagens bruscas para pegar a tangente da curva.
A suspensão multilink na traseira também foi retrabalhada e a carroceria recebeu um adesivo especial que aumentou a rigidez torcional em 20%. O resultado disso é pouca rolagem e, com a ajuda dos controles eletrônicos, pouca saída de traseira em curvas mais fechadas – a tração pode ser traseira ou integral.
Por dentro, o IS foi baseado no superesportivo LF-A e se destaca pelo visual contemporâneo e o painel bem informativo. O IS poderá cativar quem quer sair da mesmice, mas ainda não está no mesmo nível de um BMW Série 3, por exemplo.