Pela primeira vez, um grande evento nacional reunirá representantes dos Detrans de todo o País, autoridades, empresas e especialistas do setor para debater novas tecnologias. Nos dias 4 e 5 de junho, o AND Tech será palco para a apresentação de sistemas e inovações que pretendem digitalizar processos e dinamizar a troca de informações entre os órgãos de trânsito dos 27 Estados brasileiros. O evento é uma realização da Associação Nacional dos Detrans.
Segundo Givaldo Vieira, presidente da AND, o encontro vai promover debates e apresentar soluções que poderão ser adotadas pelos Detrans estaduais. Tais soluções vão desde sistemas para facilitar a troca de informações entre os departamentos de trânsito, bem como outros temas importantes, como o futuro da Placa Mercosul.
“A ideia da AND é tirar os Detrans do mundo cartorial, de veículos e condutores, que é pesado. E entregar cada vez mais serviços ágeis e seguros. Mas, para isso, temos de olhar para o trânsito real. Aquele que impacta na vida de cada cidadão”, resumiu Vieira no lançamento da AND Tech. O evento, que acontecerá no pavilhão de exposições do Anhembi, na zona Norte de São Paulo, terá o Detran-SP como principal parceiro e co-realizador.
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“Essa integração é um caminho que tem sido percorrido por vários departamentos estaduais. O Detran-SP segue essa linha. Trata-se de um marco na Associação Nacional dos Detrans, onde a transformação digital passa a ser uma agenda central. E, por meio da cooperação com agentes importantes, trará ao cidadão brasileiro e aos setores de trânsito uma oportunidade de se reinventar e entregar mais e melhor”, declarou Eduardo Aggio, presidente do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo.
Detrans buscam formas de modernizar processos
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No lançamento do AND Tech, Givaldo Vieira reforçou a necessidade de modernizar processos internos e, sobretudo, promover uma maior integração entre os departamentos de trânsito no País. Segundo o presidente da AND, são cerca de 120 milhões de veículos registrados no Brasil atualmente, e 75 milhões de pessoas habilitadas.
“Esses motoristas passam meses em formação conosco, depois têm toda sua trajetória de vida em um relacionamento intenso com os Detrans. Eles fazem reciclagem, renovação, passam por exame médico, recebem infrações e penalidades. Mas não é só isso. Temos o mundo dos leilões. Há o olhar para a micromobilidade, a responsabilidade dos Detrans com os ciclomotores, por exemplo. Temos os acidentes de trânsito. É um universo extremamente amplo”, pontua Vieira.
O presidente da Associação Nacionais dos Detrans também reconheceu que há limitações nos departamentos de trânsito. Um deles é a dificuldade de troca de informações para validar dados e processos. Por isso, o AND Tech focará soluções que possam facilitar essa comunicação entre os órgãos estaduais.
“Nós temos muitas dores nesse processo de entrega. Nossa base tecnológica é ainda bastante defasada. Não temos interoperabilidade entre os Detrans, por exemplo. O Espírito Santo não fala com o Paraná, nem com São Paulo. Remetemos toda informação para cima, mas os sistemas nacionais também têm suas limitações tecnológicas. Então, os dados vão para cima e descem para os departamentos estaduais, que não conseguem se enxergar. E é dentro desse ambiente que estamos fazendo um esforço de modernização”, concluí o presidente da AND.
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