Adquirir uma Ferrari exige uma fortuna considerável. Normalmente, quem tem esse capital levou anos para acumulá-lo, ou recebeu como uma inescapável herança, o que geralmente significa que já tem uma idade mais avançada. Esse padrão se repete entre diversas marcas de luxo, o que não é novidade. No entanto, recentemente, a montadora italiana tem notado uma redução significativa na faixa etária de seus compradores, além de algumas oscilações em suas estatísticas de vendas.
O CEO da Ferrari, Benedetto Vigna, declarou ao portal CNBC que “40% dos novos clientes têm menos de 40 anos”. Um aumento expressivo em relação aos 30% registrados no ano anterior. Com a modéstia característica de quem comercializa veículos com preço equivalente ao de imóveis sofisticados, Vigna admite não saber como outras fabricantes estão se saindo. Contudo, atribui esse avanço ao desempenho de sua equipe.
Apesar do crescimento do público jovem, o clube de proprietários da Ferrari continua altamente exclusivo. Segundo a Fortune, cerca de 81% dos modelos vendidos em 2024 foram para clientes já conhecidos da marca, e quase metade deles já possuía pelo menos outro modelo na garagem. Isso significa que, mesmo que novas gerações se interessem pela Ferrari, o seleto círculo de compradores segue praticamente inalterado.
Ferrari Purosangue foi um dos mais vendidos da marca
No ano passado, a fabricante entregou 13.752 esportivos, com os Estados Unidos liderando o mercado ao absorver 3.527 dessas unidades. Alemanha e Japão ficaram bem atrás, ocupando a segunda e a terceira posição. Um dos destaques nas vendas foi o SUV Purosangue, um modelo que, até pouco tempo, poderia ser considerado uma afronta aos puristas, por exemplo. Entre janeiro e agosto de 2024, esse utilitário esportivo teve 1.489 exemplares comercializados, ficando pouco atrás do modelo Roma, que atingiu 1.870 unidades.
Assim, para 2025, a Ferrari pretende manter o ritmo com modelos como o 12Cilindri e o F80, que já possuem listas de espera de até dois anos. Ou seja, quem deseja um esportivo da marca a curto prazo pode precisar de mais do que dinheiro: terá de exercitar a paciência. Afinal, fazer parte desse seleto grupo sempre envolveu exclusividade – e espera.
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