RAFAELA BORGES
Genebra, Suíça – Em visita ao Salão de Genebra, que abre as portas ao público nesta quinta-feira, o presidente do Grupo Fiat, Sergio Marchionne, disse que as medidas protecionistas tomadas pelo Brasil para beneficiar os veículos nacionais prejudica os brasileiros. Segundo o executivo, é grande o risco de os carros feitos no País perderem qualidade em razão da menor concorrência externa.
“Todo mundo se lembra o que aconteceu da última vez que os carros brasileiros ficaram sem concorrência dos importados”, disse Marchionne. Ele se refere ao período antes de 1990, ano em que o Brasil reabriu os portos às exportações. Na época, o então presidente Fernando Collor de Melo chegou a se referir aos modelos feitos no Brasil como carroças.
De acordo com o presidente do Grupo Fiat, qualquer governo pode tomar as medidas protecionistas que bem entender, desde que não faça isso de uma hora para a outra, como ocorreu no Brasil. “Os planos das fabricantes são de longo prazo, por isso o panorama não pode mudar de repente.”
Em setembro do ano passado o governo brasileiro determinou alta de 30 pontos porcentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados. A medida, que deveria entrar em vigor imediatamente, foi contestada por montadoras e importadoras, que ganharam 90 dias de prazo – a sobretaxa começou a valer em janeiro.