Até hoje o McLaren F1 é cultuado como um dos esportivos mais incríveis já criados. O seu projetista, Gordon Murray, achou que dava para trazer de volta, no século XXI, a mesma aura daquele carro e nos presenteou com o esportivo T.50. O novo superesportivo foi criado por sua empresa, a Gordon Murray Automotive (GMA).
Vale lembrar que o projetista também é amado pelos brasileiros por ter “dado” a nós cinco títulos mundiais de Fórmula 1. Em 1981 e 1983 com Nelson Piquet na Brabham e em 1988, 1990 e 1991 com o McLaren MP4/4 e suas variações pilotado por Ayrton Senna.
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O novo esportivo traz na “veia” a máxima da moda de oferecer um produto raiz ou invés de algo “nutella”. Sob o capô – na traseira, no caso -, há um motor V12 de 3,9 litros, aspirado. Algo cada vez mais raro no mundo atual. O propulsor foi projetado para ser o “V12 de rua com o maior limite de rotação, resposta mais rápida, leve e potente produzido”.
Construído com a expertise da britânica Cosworth (falamos sobre a experiência dela em motores aqui), ele rende 663 cv a 11.500 rpm e 47,6 mkgf a 9 mil rpm. O limite de rotação do V12 é 12.000 rpm. Bem, se isso não for puro o suficiente, Murray apostou ainda em um câmbio manual de seis marchas. Fornecido pela Xtrac. Com padrão em “H” de engate, o pacote da GMA fica completo com a aposta apenas na tração traseira.
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Inscreva-seVentilador na traseira foi invenção que surgiu na Brabham
Como já citamos anteriormente, Gordon Murray foi o criador dos carros vencedores da Brabham. O T.50 usa uma tecnologia que remete ao efeito solo da Brabham BT46B. O modelo que foi apresentado em 1979 usava um ventilador na traseira para reforçar esse efeito. Com várias hélices, o dispositivo ajuda a reduzir o arrasto aerodinâmico em 12,5% e adiciona aproximadamente 50 cv a potência total do V12. Se isso não for suficiente, o ventilador ajuda a reduzir a distância de frenagem e aumenta a pressão aerodinâmica em 100% na frenagem.
Outros pontos de refino do carro são a aerodinâmica com spoilers traseiros dinâmicos e painéis que fecham o assoalho do carro, outro item que veio dos Brabham. O carro traz ainda seis modos que alteram a aerodinâmica: auto, high downforce, streamline, braking, test e v-max boost. O último deles é projetado para entregar o desempenho máximo e eleva a potência aos 700 cv.
Com apenas 100 unidades que serão produzidas, o T.50 foi produzido com uso de fibra de carbono em larga escala. Isso significa que tanto carroceria quanto o chassi (monocoque) foram fabricados com o componente. O resultado é o peso seco de 986 kg. Como comparação, o Chevrolet Onix LT 1.0 aspirado, o mais básico, pesa 1.049 kg. Um Fiat Mobi pesa 945 kg e só tem 77 cv.
O sistema de freios tem pinças com seis pistões na dianteira e discos de cerâmica de 370 mm na dianteira. Na traseira, são quatro pistões por pinça com discos de 340 mm. Eles ficam guardados atrás de rodas de 19 polegadas na frente e 20″ na traseira com pneus Michelin.
Interior
Do McLaren F1 ele trouxe a inspiração da posição de pilotagem central com dois bancos laterais. Ainda assim, a GMA apostou em algumas modernidades. O painel de instrumentos traz um conta-giros gigante no centro, mas tem nas laterais duas telas virtuais que podem ser personalizadas. Ali também tem os comandos básicos, nas extremidades. Um braço do lado direito, como um console de alumínio, é o responsável por receber a alavanca de câmbio e alguns botões extras, como dos vidros elétricos.
Ele não é tão espartano quanto parece, é preciso salientar. Tem um sistema de som com 10 alto-falantes e central multimídia com integração a Apple CarPlay e Android Auto. Mas será que realmente alguém quer ouvir algo que não seja o V12 berrando?
Segundo Murray, cada carro vendido terá uma “personalização conforme o dono”. Isso significa que distância e formato de banco, pedais e volante serão feitos sob medida para cada cliente. Em termos de acabamento, há couro, alcantara e outros materiais de qualidade. De acordo com a GMA, tudo fornecido por fornecedores britânicos, para que o T.50 seja um “verdadeiro esportivo britânico”.