Nada mais apropriado que uma feira de aviação para que a Mercedes-Benz mostrasse pela primeira vez seu “jato” no Brasil. Com seu nome comprido, o Mercedes-AMG GT 63 S E Performance faz sua estreia em terras tupiniquins durante o Catarina Aviation Show, evento de aviação e lifestyle realizado no interior de São Paulo.
Junto com o sedã Classe S também com a assinatura da divisão esportiva AMG, o cupê de quatro portas se torna o primeiro híbrido plug-in da marca no País. Mas não é um híbrido qualquer, e sim um que traz em sua concepção a mesma tecnologia usada nos carros de Fórmula 1. É isso mesmo, a equipe Mercedes-AMG Petronas colaborou com o desenvolvimento da bateria, que alia alta potência a baixo peso para melhorar o desempenho do carro.
Mercedes-AMG e um dia de Hamilton
Apesar do contato breve que tivemos com o carro, já deu para sentir um gostinho da experiência que o piloto Lewis Hamilton deve ter em toda corrida. Foram só duas arrancadas na pista para entender do que o carro é capaz. E o bichão não vem para brincadeira.
Na primeira aceleração, usamos o modo Comfort, que mesmo sendo recomendado para o dia a dia, ainda tem um desempenho digno de aplausos. Depois de pisar fundo no acelerador na primeira saída, dá para notar que a força combinada dos dois motores deixa a arrancada extremamente forte mesmo no modo mais, digamos assim, pacato. Porque de pacato mesmo não há nada nesse carro.
Mas foi na segunda aceleração que o espírito de Hamilton baixou no corpo, já que a minha alma mesmo deu uma saidinha assim que o GT “decolou”. O que fizemos foi basicamente um launch control, que na AMG é chamado de Race Start. Basta colocar no modo de condução Race, pressionar o freio até o final com o pé esquerdo e colar o pedal do acelerador no assoalho com o direito.
O ronco do V8 invade a cabine, preparado para entrar em ação na hora certa. Freio liberado, o carro empina a dianteira e avança de uma maneira poucas vezes vista na vida, com uma brutalidade tamanha que você sente até uma certa vertigem. O corpo cola no assento e o velocímetro dispara em uma rapidez surpreendente até chegar na casa dos 170 km/h (que dava para ter passado tranquilamente) até a desaceleração começar.
Resultado: 0 a 100 km/h em 3,08 segundos – mas com duas pessoas no carro. Se eu estivesse sozinha, provavelmente bateria os 2,9 segundos declarados. Uma experiência emocionante, assustadora – e divertidíssima. Hamilton, apesar dos riscos, você tem uma das profissões mais legais do mundo.
Como é o AMG GT cupê
O AMG GT traz sob o capô um V8 4.0 biturbo, que entrega 639 cv e 91,8 mkgf. Com auxílio do motor síncrono de ímã permanente de 204 cv e 32,6 mkgf, a potência chega a 843 cv e o torque a 150 mkgf. Com esse conjunto, a aceleração de 0 a 100 km/h acontece em 2,9 segundos. Já a velocidade máxima é de 316 km/h.
Assim, o conjunto combina o motor a combustão posicionado na dianteira a um elétrico traseiro. Ele é alimentado por uma bateria de alto desempenho com resfriamento direto das células, técnica usada nos carros de F1. Sua capacidade é de 6,1 kWh, resultando em um alcance elétrico de somente 12 km. Mas a autonomia não é o foco aqui. A ideia é somente melhorar (e como!) a performance.
O propulsor elétrico é conectado a uma transmissão de duas marchas, mas o V8 mantém a integração com o câmbio de nove marchas. São oito modos de condução, dois deles novidades. O Battery Hold prioriza a economia de energia, e o Elétrico, como diz o nome, deixa o carro rodando apenas com eletricidade. Por fim, há suspensão pneumática com amortecedores adaptativos.
Tanta tecnologia cobra seu preço. A do GT, no caso, é de R$ 1.634.900. Mas como o carro tem mais de 50 opcionais, o valor pode chegar facilmente a R$ 2,2 milhões, de acordo com executivos da marca. Proibitivo para a maioria dos mortais, mas trocado para os frequentadores do Catarina Aviation Show em busca de aviões particulares que chegam às cifras de US$ 80 milhões…
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