MG 6 é até razoável, mas o preço...

O hatch médio-grande, ao lado do MG 550, marcará o início da operação oficial da marca anglo-chinesa no Brasil. Com motor 1.8 de 170 cv e muitos equipamentos, o carro não é ruim. Mas dá para comprar coisa melhor pelos R$ 99.789 que ele custa

Por 13 de abr, 2011 · 4m de leitura.

Nícolas Borges

A MG vai iniciar no mês que vem a operação oficial no Brasil (leia mais aqui) e um dos carros à venda será o MG 6 Turbo, cuja montagem final começa a ser feita hoje, na Inglaterra, para o mercado europeu. Os modelos que desembarcam no País são de fabricação chinesa.

O carro, uma espécie de versão hatch do MG 550. Ao contrário do normal para veículos chineses, o preço não é nada convidativo. Por pouco além dos R$ 99.789 da tabela do MG 6, é possível, por exemplo, levar um mexicano Ford Fusion V6 (R$ 103.360), com motor de 243 cv e tração nas quatro rodas.


Itens que superam os 170 cv do propulsor 1.8 turbo do asiático, distribuídos só no eixo dianteiro, por meio do câmbio automático de cinco velocidades. Rodando, a potência parece menor, pois o hatch é pesado – mais de 1.500 quilos. E em altos giros, o motor é áspero.

É como se o comprador do MG 6 tivesse de pagar pelo status que um dia a marca já ofereceu. Só que o cliente não recebe o requinte esperado, apesar da boa lista de equipamentos, que inclui seis air bags e controle de tração, entre outros. Uma pena, pois o desenho externo é interessante. A carroceria transmite esportividade, com linhas bem resolvidas, de modo geral. O estilo foi desenvolvido na Inglaterra.


Mas o interior dificilmente poderia ser mais chinês. Não há luxo, o painel imita modelos BMW e para entender o computador de bordo é preciso exercitar a dedução. As opções (como consumo médio) estão escritas em caracteres chineses.

Fazendo uma analogia geográfica, dá para dizer que o MG 6 é bom para Pequim, mas insuficiente para Londres. Talvez seja por isso que, na Inglaterra, ele tenha preço de Ford Focus.


Caracteres chineses no computador de bordo entregam a origem (Fotos: Sérgio Castro/AE)