
Logo de cara, um Lamborghini Miura aparece serpenteando por uma estrada nos alpes italianos. Em seguida, o superesportivo bate no interior de um túnel e vira uma grande bola de fogo. Conforme a trama vai se desenrolando, surgem clássicos como Aston Martin DB4 e Jaguar E-Type até que três Morris Mini fazem a primeira grande sequência de perseguição do cinema moderno e assumem o lugar de protagonistas do filme. Assim é “Um Golpe à Italiana”, título em português de “The Italian Job”, de 1969.
O trio de carrinhos é usado por um grupo de criminosos durante o roubo de uma grande quantidade de ouro, que investidores chineses entregariam à Fiat para a construção de uma fábrica de automóveis em Turim. As instalações de Lingotto, com sua pista oval no teto – que parou de produzir veículos em 1982 – aparecem durante a perseguição que cruza a cidade.
Para fugir, os ladrões, liderados por Charlie Croker, personagem interpretado por um jovem Michael Caine, causam um grande congestionamento em Turim ao interferir no funcionamento dos semáforos. Depois, saem em disparada a bordo dos Mini. Durante a fuga, os carrinhos descem escadas, saltam de prédios e até trafegam por passagens subterrâneas.
Remake. O impacto da aventura foi tão grande que o longa foi refilmado em 2003. Dessa vez ambientado na Filadélfia (EUA), tem Mark Wahlberg no papel principal além de Charlize Theron e Jason Statham como os principais coadjuvantes.Além dos novos atores, a trama conta com Mini mais modernos, da segunda geração lançada em 2001 pela BMW.
Carro surgiu em 1959 e entrou para a história
O Mini foi desenhado pelo turco Alec Issigonis em um guardanapo de papel em meados da década de 50, em meio a uma das crises do petróleo. Lançado em 1959, o carrinho revolucionou o mercado por ter motor transversal e tração dianteira.
Graças a essas soluções, 80% do espaço interno eram destinados aos ocupantes e suas bagagens. Com isso, o modelo, de apenas 3,05 metros de comprimento e 1,4 m de largura, podia levar quatro pessoas.
Lançado com as marcas Austin (Seven) e Morris (Minor), o carrinho passou a se chamar Mini apenas em 1962. E chegou a ser produzido em 12 países, incluindo Malta, Chile e até a antiga Iugoslávia.Picapes, furgões e até uma perua, chamada de Countryman, surgiram do modelo original, que foi produzido até 1999, após sete fases e três fabricantes diferentes. Em 2001, já sob o controle da BMW, a Mini voltou ao mercado, mas sem o apelo popular do carro pioneiro.