Assim como todas as empresas, a Mitsubishi também está de olho em lucros. Para isso, claro, é necessário cortar custos. E a maneira que a marca encontrou para reduzir sua folha em 20% foi excluir a Europa da rota de destinos.
A Mitsubishi, agora, focará suas forças no Sudeste Asiático, que é a região mais lucrativa para a companhia. Lá, a participação é de 6,4% do mercado. O plano ‘Small but Beautiful’ (pequena, porém, bonita, em tradução livre) busca redução com gastos num período de dois anos. Tanto que fechará uma fábrica de SUVs no Japão até 2023 e encerrará a produção do Pajero Full.
Nesse período, além de direcionar atenção especial para a tecnologia, com funções PHEV, HEV e 4WD, há outros planos. Um dos principais é reforçar presença em outras regiões, com geração de negócios na África, Oceania e América do Sul. Regiões importantes para a venda de SUVs e picapes, por conta da alta demanda por parte do consumidor.
Mitsubishi fora da Europa
De acordo com informações divulgadas pela empresa, haverá ausência de lançamentos no mercado europeu – onde a Mitsubishi registra apenas 1% de participação. E não há previsão para que a programação retorne ao normal.
As informações dão conta que o Velho Continente terá também a velha frota Mitsubishi. Ou seja, os novos L200 Triton, Outlander e Mirage não serão vendidos naquele mercado. E isso não denota apenas defasagem da linha, mas também em emissões de poluentes – sem atualização da frota, o nível de emissões também fica comprometido e, consequentemente, os modelos são retirados do mercado. Essa é a meta.
Mas vale destacar que a Mitsubishi UK é a única distribuidora da marca no país e que, mesmo deixando a Europa de lado, continuará dando suporte aos clientes. Portanto, peças e serviços pós-venda continuarão em ritmo normal.
Enquanto a clientela europeia ficará órfã de novos modelos Mitsubishi, o Japão terá novidade em breve. O carro elétrico Kei – fabricado em conjunto com a Nissan – é a principal delas. A previsão é lançá-lo em 2022.
Aliança
Por falar em Nissan, o CEO da Mitsubishi Motors Corporation, Takao Kato, diz que “é necessário mudar estratégias para expandir negócios”, porém, até o momento, nada foi detalhado em relação à aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Por enquanto, de concreto, apenas os planos de continuar trocando figurinhas entre “modelos de ponta que alavancam as tecnologias dos parceiros.”
Mas já é sabido que a Renault, por exemplo, deixou de oferecer automóveis com motor a combustão no Japão e a Nissan vai fechar suas três fábricas em Barcelona até junho de 2021, demitindo 3 mil trabalhadores.
Sobre fechamento de concessionárias e outras medidas, o CEO acha muito cedo para falar. Porém, salientou que haverá mudanças em seu mercado natal. A produção do Pajero, por exemplo, vai migrar de Sakahogi para Okazaki.