A Mitsubishi está trazendo ao Brasil sua divisão de alta performance, a Ralliart. Criada no Japão em 1984, ela está presente em outros 21 países e consolidou a presença da marca japonesa em ralis e corridas. As operações brasileiras se concentram em uma sede de 10 mil m² erguida em Mogi Guaçu, a 166 km da capital, ao custo de R$ 35 milhões.
“A Ralliart é um laboratório para testar novos componentes e tecnologias que serão aplicadas em modelos de rua”, explica o presidente da Mitsubishi, Robert Rittscher. “Ela prepara nossos modelos para encarar desafios na terra e no asfalto.”
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A divisão brasileira já preparou 84 exemplares do sedã Lancer, da picape L200 Triton e do crossover ASX. Os modelos são produzidos na planta de Catalão (GO) – o Brasil é o único país em que a Ralliart tem ligação direta com a fábrica da Mitsubishi – e enviados a Mogi Guaçu, onde recebem os ajustes finais e são customizados.
Depois disso, participam dos torneios promovidos pela própria montadora, como o Mitsubishi Cup e o Lancer Cup, e também de provas multimarca, como o Dakar, o Rally dos Sertões e o Campeonato Brasileiro de Cross-Country.
AMADORES
Apesar de ser uma divisão de alta performance, a Ralliart não tem foco exclusivo no piloto profissional. Os leigos que quiserem dar os primeiros passos no automobilismo também podem participar das competições organizadas pela marca. No programa Sit & Drive, o interessado aluga um carro de corrida e paga por cada etapa que disputar. A equipe da Ralliart dá o suporte necessário ao aprendiz. “Mostramos o motor, a suspensão, as trações, para o cliente entender como usar esses recursos”, diz Guilherme Spinelli, diretor da divisão esportiva.
A ideia é descomplicar ao máximo a experiência do piloto: ele só precisa se apresentar no local da prova com seu macacão e capacete, sem outras preocupações. A Ralliart cuida de detalhes como transporte, logística e o conforto dos convidados do cliente – que são recebidos em um lounge com comida e bebida durante as disputas.
“Os veículos são testados por pilotos profissionais e entregues prontos, revisados e abastecidos”, diz Spinelli. “Não permitimos nenhum tipo de customização. Ao entregar carros iguais, colocamos os competidores novatos em condição de igualdade com os experientes, que de outra forma poderiam pedir ajustes para turbinar o desempenho.”
Os custos são por etapa e variam conforme a modalidade escolhida. Para o rali Mitsubishi Cup, vão de R$ 14 mil (a bordo de uma picape L200 Triton ER) a R$ 20 mil (com uma L200 Triton RS); para a corrida Lancer Cup, oscilam entre R$ 21 mil (dirigindo um Lancer R) e R$ 28 mil (com a versão RS do sedã). Despesas como jogos de pneus, peças de reposição e seguro já estão incluídas no valor dos pacotes. É preciso ter a carteira de piloto emitida pela CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) – que pode ser obtida em cursos de direção, como os que a própria Mitsubishi oferece.
Para os entusiastas menos radicais, a divisão esportiva pretende fabricar kits de acessórios para a personalização de modelos de rua.