Neste domingo, 24, as mulheres sauditas tiveram a primeira oportunidade de dirigir no seu país. O decreto anunciado em setembro do ano passado pelo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salmán, entrou em funcionamento.
Desde o anúncio, algumas mulheres já havia começado a ter aulas de direção. A ideia era garantir que estariam habilitadas a tempo, quando a proibição caísse. Algumas sauditas que já tinha habilitação conquistada em outros países fizeram apenas o exame para ter a permissão de dirigir no país natal.
Segundo a consultoria Price Waterhouse Coopers, até 2020 cerca de três milhões de mulheres devem obter a CNH na Arábia Saudita. Segundo a agência de notícias AFP, algumas demonstraram até o desejo de obter habilitação para guiar motos, com o sonho de conduzir uma Harley-Davidson.
“É um passo importante e uma etapa essencial para a mobilidade das mulheres”, afirmou Hana Al Jamri, autora de um livro sobre mulheres no jornalismo na Arábia Saudita. Ela também é uma das primeiras a dirigir no país.
Até então, as mulheres eram proibidas de dirigir no país, além de serem castigadas, caso fossem pegas dirigindo. Para se locomover dependiam de um parente homem ou, nas famílias mais ricas, de um motorista particular.
A Jaguar aproveitou a data para celebrar o que vem sendo chamado de “#worlddrivingday”. Para isso, fez um vídeo com a piloto Assel Al Hamad. É a primeira vez que ela pode dirigir um carro no seu país natal, mesmo sendo uma piloto ao redor do mundo.
A marca inglesa levou Hamad para uma pista de corrida com o esportivo F-Type (veja o vídeo abaixo). Além disso, a Hamad se tornou a primeira representante mulher na Federação de Automobilismo da Arábia Saudita. Ela também representa o país na comissão feminina da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
Curta a página do Jornal do Carro no Facebook
Vantagens econômicas
Segundo a Bloomberg, a liberação para que as mulheres dirijam não apenas terá mudanças na sociedade. Até então, sociedade muito fechada e liderada por homens com base em interpretações rígidas do islã. A possibilidade de empregar mulheres com esse novo segmento pode adicionar US$ 90 milhões a economia saudita em 2030.