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Mulheres em duas rodas
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Mulheres em duas rodas

É cada vez mais comum ver mulheres guiando motos e scooters no trânsito de São Paulo. E as estatísticas comprovam a imagem das ruas. Em 2007 elas representavam 29% das novas CNH com categorias A e AB emitidas pelo Detran-SP

16 de out, 2011 · 4 minutos de leitura.

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 Mulheres em duas rodas

GUILHERME WALTENBERG

É cada vez mais comum ver mulheres guiando motos e scooters no trânsito de São Paulo. E as estatísticas comprovam a imagem das ruas. Em 2007 elas representavam 29% das novas CNH com categorias A e AB (para guiar motos é preciso ter a tipo A) emitidas pelo Detran-SP. No acumulado de janeiro a julho deste ano, as mulheres respondem por 34% desse tipo de carteira de habilitação.

O fenômeno ocorre em todos o País. Segundo o Denatran, 23% das habilitações de moto no Brasil pertencem à mulheres.
Para especialistas, o aumento é consequência do fato de a mulher estar conquistando mais espaço financeira e socialmente.

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De acordo com o diretor executivo da Abraciclo, associação que reúne as principais fábricas de motocicletas do País, Moacyr Paes, assim como ocorre com os homens elas buscam motos para ganharem agilidade no dia a dia. “É um tipo de emancipação”, afirma.

Conforme o presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos, Ailton Brasiliense, a moto cria a sensação de que é possível controlar o tempo. “Quem usa transporte público nunca sabe quanto a viagem vai demorar”, afirma. “Ao ver casos bem sucedidos de colegas de moto, diminui o medo que outras mulheres têm de partir para esse caminho.”


É o caso da vendedora Thaís Roque, de 26 anos. Ela roda cerca de 80 km por dia e comprou um scooter há cinco anos. Antes, pegava quatro ônibus para ir e voltar do trabalho. “Levava duas horas no trajeto. Hoje gasto menos de 40 minutos”, diz. Ela comprou o scooter com o dinheiro que recebia como vale transporte. “Ganhei qualidade de vida”, afirma.

Situação semelhante vive a atendente Débora Dávila, também de 26 anos. Ela leva 30 minutos para percorrer os 20 km que separam sua casa do trabalho – antes demorava uma hora e meia. “Peguei gosto e vou de scooter para todo lugar”, conta.


A comerciante Rosemeri Moreira, de 37 anos, diz que guia motos há quase duas décadas. “Estamos cortando e costurando o trânsito”, brinca.

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