No dia da Páscoa, nossa homenagem vai para um carro que tem nome de coelho. E em inglês! Nos Estados Unidos, o Volkswagen foi batizado de Rabbit. Uma das teorias para a adoção de um nome diferente do utilizado no restante do mundo é que o nome Golf remetia a um esporte elitizado. E, nos EUA, o modelo, compacto destinava-se a um público jovem.
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O Rabbit chegou aos EUA no mesmo ano em que foi lançado mundialmente, 1974. A primeira geração, Mk1, tinha como missão substituir outro animal, o Volkswagen Beetle, ou besouro. Com estilo bem mais moderno que o veterano modelo da época da Segunda Guerra, o rabbit foi bem aceito e passou a se reproduzir como um coelho.
O hatch foi concebido pelo designer italiano Giorgetto Giugiaro. E é tido como o primeiro automóvel de origem estrangeira produzido nos EUA. Para montá-lo localmente, a Volkswagen North America construiu uma nova “toca” em Westmoreland, Pensilvânia.
Nos EUA, o hatch estreou com motor 1.5 de 70 cv, bem mais que o 1.1 de 50 cv do primo alemão.
Rabbit se reproduziu como um coelho
Como seria de se esperar de um carro com nome de coelho, a família Rabbit cresceu rapidamente nos EUA. O modelo chegou inicialmente na carroceria hatch de duas portas, mas na sequência vieram o modelo de quatro portas, o conversível, sedã (Jetta), perua e até uma picape. Esta última, a propósito, lembra bastante a Saveiro de primeira geração.
A picape foi desenvolvida nos EUA e lançada em 1979 para rivalizar com modelos compactos da Toyota e Datsun, que vendiam bem no país. Ela era uma espécie de hatch com a parte traseira recortada, mas com distância entre eixos maior. A suspensão traseira também foi modificada, para suportar mais carga.
A primeira geração, Mk1, durou até 1983, quando o modelo foi substituído pela Mk2. O novo carro chegou mais longo e mais largo. Mas, antes disso…
Em 1983, veio o ‘coelho’ na versão GTI
Em 1983, eis que estreia o coelho mais rápido que os outros coelhos. O Rabbit GTI passou a ser reconhecido como um verdadeiro “hot hatch”. A versão esportiva trazia sob o capô motor 1.8 com injeção eletrônica e cerca de 90 cv. O câmbio manual tinha cinco marchas, e as rodas eram aro 14.
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Com o conjunto, estima-se que o modelo alcançava quase 180 km/h e acelerava de 0 a 96 km/h (0-60 m/h) em aproximadamente 9 segundos. Para se ter uma ideia, era um número equivalente ao de esportivos respeitados na época, como Chevrolet Corvette, Mazda RX-7 e Datsun 280 ZX.
Os coelhos continuaram correndo livres pelos EUA até que, em 2010, a Volkswagen decidiu que o nome Golf deveria ser utilizado em modelos do mundo inteiro. Por causa da padronização, os coelhos passaram a correr sério risco de extinção.
Isso durou até o ano passado, quando a Volkswagen decidiu voltar atrás e lançou a série especial GTI Rabbit Edition do hatch. Dessa vez o modelo de sétima geração veio com o 2.0 turbo de 230 cv, rodas aro 18, freios do Golf R e câmbio manual de seis marchas ou automatizado de dupla embreagem (DSG) e sete velocidades.
Para matar a saudade dos coelhos, a montadora alemã ainda decidiu jogar (literalmente) confetes sobre o carro e apresentou o conceito Golf GTI Rabbit Confetti. O exemplar único tinha algumas exclusividades. Mas o que mais chamava a atenção eram as dezenas (seriam centenas?) de logos do Rabbit espalhados por toda a carroceria.
Pode-se gostar ou não do conceito. Só não dá para ignorar os coelhos. Especialmente hoje.