
Neto de Ferdinand Porsche, criador do Fusca e fundador da Volkswagen, Ferdinand Piëch pediu demissão da empresa. Ele era presidente do conselho administrativo e será presidido, interinamente, pelo vice, Berthold Huber. Sua esposa, Ursula, era integrante do conselho, também se desligou da empresa.
A história de Piëch na Volkswagen é longa e cheia de altos e baixos. Ex-presidente executivo da empresa – além de acionista do grupo -, o alemão é considerado o responsável pela aquisição de diversas marcas, que fazem da empresa o maior conglomerado automotivo do mundo – embora, em vendas, a líder global seja a Toyota.
Entre as marcas do Grupo Volkswagen estão Audi, Porsche, Lamborghini, Bugatti, Bentley, Seat e Ducati.
Por outro lado, ele é também o mentor de projetos polêmicos. Entre eles está do protótipo que promete ser um dos mais econômicos do mundo, o XL1, cujo desenrolar é incerto. Outra “contribuição” de Piëch fica por conta do sedã de alto luxo Phaeton, que foi um estrondoso fracasso. Agora, este projeto está voltado para o mercado chinês, a fim de tentar colher os frutos que não conseguiu na Europa e nos Estados Unidos.
Por isso, a saída do empresário de 78 anos é tratada pela imprensa europeia como o início de uma “nova era” para o Grupo Volkswagen.
BASTIDORES
Há diversos rumores, publicados na imprensa da Europa, sobre o anúncio da saída de Piëch. O mais forte é de que, na verdade, seu pedido de demissão tenha sido forçado por causa de uma guerra interna com o presidente executivo da empresa, Martin Winterkorn, seu ex-aliado.
Piëch e Winterkorn estariam se desentendendo. Há cerca de duas semanas, o próprio Piëch declarou à revista alemã Der Spiegel que havia se distanciado de Winterkorn.
O atual presidente executivo era cotado para suceder Piëch – do qual tinha todo apoio – no comando do conselho administrativo. O destino de Winterkorn na Volkswagen, no entanto, havia se tornado incerto após o distanciamento.