Coadjuvante no segmento de picapes médias, a Nissan Frontier se fia em estratégias como bom custo-benefício – particularmente na versão que dirigimos, Attack – e garantia mais longa que a das rivais para se destacar. Inclusive a marca reposicionou os preços do modelo na linha 2025 para deixá-la mais competitiva. Sim, porque a concorrência é pesada e tem ficado cada vez mais acirrada.
Não é segredo que a Ford Ranger estabeleceu um novo patamar para a categoria com sua nova geração, então as outras estão correndo atrás. A Chevrolet S10 já tomou um belo banho de loja e a VW Amarok é a próxima da lista a passar por uma reestilização profunda para ganhar fôlego nesse mercado. A Toyota Hilux, por enquanto, continua soberana na liderança, mas também está ficando para trás em termos de tecnologia e conectividade, por exemplo.
Atualmente a Frontier ocupa um discreto quinto lugar entre as médias, atrás até de Mitsubishi L200, que também não tem grandes volumes no País. No acumulado do ano até julho, foram emplacadas 6.123 unidades, nada muito significativo, mas ainda um volume razoável para ajudar a Nissan a crescer no mercado brasileiro. Apesar de ter sido renovada há dois anos, a picape feita na Argentina ainda pena em alguns aspectos quando se trata de quesitos mais modernos. Mas ela também tem suas vantagens para quem procura robustez, capacidades off-road e mecânica parruda.
Como é a Frontier Attack
Falando na Attack, a versão intermediária é a única que recebeu novidades na linha 2025. Se antes ela tinha um estilo aventureiro mais exagerado, agora suas adesivagens ficaram mais discretas. O modelo vem com novas molduras escuras nos para-lamas e o para-choque traseiro passa a ser preto, enquanto o dianteiro recebe apliques também na cor preta para se integrar à grade.
Há ainda novos grafismos no capô e nas laterais. De acordo com a Nissan, os desenhos remetem aos das primeiras gerações essa configuração. Outros decalques na parte inferior das portas dianteiras e traseiras são inéditos. Já o interior traz aplique na base do volante inspirado nos utilizados no Kicks X-Play, série especial do SUV compacto.
Mas sob o capô, a Attack traz o mesmo motor 2.3 turbodiesel de 190 cv e 45,9 mkgf de torque, além do câmbio automático de sete marchas e a tração integral. Em termos de tamanho, a picape tem 5,26 metros de comprimento, 1,85 m tanto de largura quanto de altura e 3,15 m de entre-eixos. A caçamba com 1.054 litros carrega até 1.023 kg.
Entre os itens de série, são seis airbags, ar-condicionado manual, direção hidráulica, freio a disco nas quatro rodas e controle automático de descida. Há ainda câmera de ré, controle de velocidade de cruzeiro, rack de teto e rodas de liga leve de 17”. Na parte de conectividade, a central multimídia de 8” tem conectividade para Apple CarPlay e Android Auto (com fio) e entradas USB-A e USB-C. O painel de instrumentos, entretanto, mescla um pequeno quadro central de 7” a mostradores analógicos nas laterais. No geral, é um pacote razoável para o valor de R$ 266.690 quando comparados aos preços de rivais com o mesmo nível de equipamentos. Mas a Frontier precisa acompanhar o ritmo para não ficar para trás.
Primeiras impressões
A Frontier tem um visual discreto, mas imponente e robusto, e chama a atenção por onde passa. Mas apesar da modernidade do design, por dentro a picape parece ultrapassada. Pequena, a central multimídia tem resolução que não é das melhores, enquanto o painel merecia uma configuração mais moderna. Entretanto, os materiais de revestimentos e acabamentos é de qualidade,
Ao volante, o modelo tem bom comportamento e oferece conforto no dia a dia. Por conta do barulho, o isolamento acústico poderia ser reforçado e há certo atraso nas acelerações e retomadas quando é preciso de agilidade – duas características comuns em motores a diesel mais antigos. Na estrada, a picape tem uma boa evolução e equilíbrio, mas ao passar de 140 km/h, o volante trepida levemente.
Mas convenhamos: a Frontier mostra sua melhor faceta em trechos fora de estrada. Mesmo que não tenhamos testado a grandalhona na terra desta vez, em outras oportunidades pudemos comprovar suas impressionantes capacidades off-road. Assim, quem procura uma picape de shopping pode não se identificar com a Frontier. Contudo, aqueles que querem um modelo robusto e confiável para aguentar muitos trancos, têm na japonesa uma boa opção.
Aliás, uma nova geração da Frontier já roda em testes no exterior e vai estrear em breve. Ela terá plataforma e elementos visuais compartilhados com a L200, graças à aliança com a Mitsubishi. A mecânica, entretanto, não será a mesma. Isso porque apesar de a Nissan ter a intenção de manter os atuais motores, ao que tudo indica o modelo poderá estrear uma versão híbrida. O lançamento deve ficar para 2025. Quem sabe a próxima geração não seja o que falta para a Frontier finalmente deslanchar no Brasil?
FICHA TÉCNICA
Nissan Frontier Attack
- Motor: 2.3, 16V, biturbo, diesel
- Potência: 190 cv a 3.750 rpm
- Torque: 45,9 mkgf entre 1.500 a 2.500 rpm
- Câmbio: Automático, sete marchas; tração integral
- Comprimento: 5,26 m
- Largura: 1,85 m
- Altura: 1,85 m
- Entre-eixos: 3,15 m
- Altura mínima do solo: 24,9 cm
- Tanque de combustível: 73 litros
- Caçamba: 1.054 litros
- Peso (ordem de marcha): 2.203 kg
- Aceleração 0-100 km/h: 11,3 segundos
- Velocidade máxima: 180 km/h
- Consumo cidade: 9,1 km/l
- Consumo estrada: 11 km/l
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