O frio e a garoa insistente espantaram muitos entusiastas, mas quem foi ao Anhembi na terça-feira viu um variado e divertido desfile de Kombi.
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Apesar de belos exemplares originais, a noite foi dominada pelos carros customizados. Teve Kombi hippie, rat rod, adesivada, com motor AP turbo, mini Kombi e picape.
Cento e vinte carros estavam inscritos pelo Sampa Kombi Clube, Kombi Clube do Brasil, Fusca Clube do Brasil e Fusca Clube de Mogi das Cruzes. Muitos , porém, não se arriscaram a passear na noite úmida e os “kombeiros” mais descolados fizeram a festa.
O pintor de automóveis Vinicius Zimerman de Almeida levou ao sambódromo sua criação, a “VW Love Bus”, uma perua 1975 branco Lotus adornada com motivos hippies. Por dentro e por fora. “Tudo o que está aqui fui eu que fiz”, contou. Aí se incluem os vidros dianteiros estilo “safari” (que se abrem), pintura psicodélica e bancos de veludo vermelho. A personalização chegou ao ponto de Almeida revestir as laterais das portas com tecido indiano. “Importado mesmo”, garante. Dentro, adornos que iam de almofadas a quadro de John Lennon.
Outra criação chamativa foi apresentada pelo microempresário Renato Francisco da Silva. Sua minikombi amarela e branca, fabricada em 1968, é o xodó do filho Gabriel. O carro teve o entre-eixos encurtado dos 2,4 metros originais para apenas 70 centímetros. Com isso, o carro encolheu de 4,5 metros para 2,80 metros. Mantido o motor original 1.500 a ar, o carro chega a tirar as rodas dianteiras do chão em arrancadas mais bruscas. “Ela não tem tanta estabilidade em curva, mas é gostosa para passear”, garante Silva.
Quem parou mesmo o trânsito do sambódromo foi a perua de Rodrigo Carlos da Silva, que se define como “mecânico de Volkswagen a ar”. Completamente rat rod, a Kombi 1972 tem uma lista de equipamentos que prima pela originalidade: volante feito com bielas de motor VW e corrente de moto, alavanca de câmbio de mastro de para-choque de caminhão, faróis e piscas com lentes pintadas de vermelho com tinta de vitral, bancos sem revestimento (só armação e molas), giroflex amarelo, “ar condicionado” (um pedaço de tubo de PVC que canaliza o vento para dentro do carro), entre outros itens.
A cereja do bolo, bastante enferrujado, por sinal, é um rato de borracha colado no painel. “Isso não é um carro, é uma ratoeira”, orgulha-se o mecânico.