FORD ESCORT
Leandro Alvares
Novidades são sempre bem-vindas, mas quando a tarefa envolve batizar um automóvel, alguns nomes clássicos cativam mais do que muitos inéditos. As fabricantes, cientes desse fenômeno, aproveitam o clima de nostalgia para resgatar a designação de modelos consagrados, muitos deles fora de linha.
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No Brasil essa ofensiva teve início em 2008, com o ressurgimento do Voyage, que a Volkswagen deixara de produzir em 1996. “Voltaram”, aqui e no exterior, Fiat 500, Chevrolet Camaro, VW Fusca e a linha DS da Citroën, entre outros.
Até o fim deste ano, será lançado aqui o novo VW Santana, que já deu as caras na China. O país asiático, aliás, foi palco também da apresentação do protótipo do Escort, que a Ford pretende fabricar novamente. E do Dart, você se lembra? Pois o Dodge renasceu em 2012 deve chegar ao Brasil em 2014.
A importância do Fusca para VW e do DS para a Citroën
Os antepassados de Volkswagen Fusca e Citroën DS4, que se enfrentam em comparativo nas páginas 10 e 11, foram carros muito importantes para a história das duas montadoras.
O Fusca foi o primeiro veículo produzido pela VW e nasceu para ser aquilo que o nome da marca alemã significa: carro do povo. O modelo original era bem diferente do adotado em sua moderna releitura, repleta de tecnologia de ponta e a preços bem distantes do que poderia ser considerado popular.
Criado por Ferdinand Porsche a pedido de Adolf Hitler, que queria um carro “simples, confiável e econômico”, na Alemanha o modelo foi batizado de Kdf-wagen. Lançado em agosto de 1940, teve sua produção paralisada em seguida, por causa da 2ª Guerra Mundial – a retomada ocorreu em 1945.
A importação no Brasil começou em 1950 e a produção, em 1959. Aqui o carro foi rebatizado de VW Sedan, mas ficou conhecido pelo apelido de Fusca, que virou seu nome em 1983.
Durante toda a trajetória, encerrada no Brasil em 1996, o Fusca manteve praticamente o mesmo desenho e a fidelidade ao preceito de simplicidade.
O DS tem mais em comum com o DS4. Mostrado no Salão de Paris de 1955, era um sofisticado sedã com desenho inusitado e inovações tecnológicas como suspensão hidropneumática e independente.
Tornou-se o carro preferido dos ricos e poderosos na França, inclusive do herói da 2ª Guerra e posteriormente presidente Charles De Gaulle. Foi a bordo de um DS, inclusive, que De Gaulle conseguiu escapar de tentativa de assassinato em 1962. O modelo que “salvou” o general está exposto no Conservatoire, acervo da Citroën instalado em uma fábrica da PSA nos arredores de Paris.