Você está lendo...
Novo Audi Q3 enfrenta Volvo XC40 em duelo de SUVs de luxo
Comparativo

Novo Audi Q3 enfrenta Volvo XC40 em duelo de SUVs de luxo

XC40 T4 Inscription e Q3 Black custam R$ 219.950 e R$ 215.990 respectivamente e trazem pacote completo de itens de conforto e conveniência

Hairton Ponciano Voz

21 de mai, 2020 · 8 minutos de leitura.

Publicidade

xc40
XC40 tem motor 2.0 de 190 cv e Q3 traz 1.4 de 150 cv, ambos turbo
Crédito:Felipe Rau/Estadão
xc40

Um vem da Bélgica. O outro, da Hungria. O primeiro tem controle de velocidade adaptativo, sistema capaz de manter a distância do veículo da frente de forma automática, sem intervenção do motorista. O segundo traz auxiliar de estacionamento, que “escolhe” a vaga e esterça o volante sozinho. Os dois são os menores utilitários-esportivos de suas marcas no Brasil, mas têm muitos trunfos. Estamos falando do Volvo XC40, vendido no País há dois anos, e da segunda geração do Audi Q3, que acaba de desembarcar e substitui o modelo que era feito no Paraná. Neste comparativo, ambos travam uma batalha recheada de tecnologia.

O Jornal do Carro está no Youtube

Inscreva-se

O belga XC40 comparece na versão T4 Inscription, tabelada a R$ 219.950 e com motor 2.0 turbo a gasolina de 190 cv. O húngaro Q3 vem na configuração Black que, por R$ 215.990, traz propulsor 1.4 turbo, também a gasolina, de 150 cv.

Publicidade


Por causa da potência menor, o Q3 larga em posição de desvantagem nesta contenda. Como era de se esperar, por causa do 1.4 (que não é mais flexível, como era no carro nacional), o Audi é mais lento nas acelerações e retomadas de velocidade.

O SUV dá uma titubeada nas saídas e precisa de algum tempo para recuperar o ânimo. Com 40 cv a mais, o XC40 está sempre disposto.


A sensação é comprovada pelos números: a marca sueca informa que o carro acelera de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos e chega a 210 km/h. O SUV da alemã vai de 0 a 100 km/h em 9,3 s e alcança os 207 km/h.

Colabora para o bom resultado do XC40 o câmbio com duas marchas a mais: são oito contra as seis do automatizado de dupla embreagem do Q3. Mas só o Audi tem borboletas no volante para trocas manuais. Para compensar, no Volvo a manopla de câmbio é de cristal, detalhe que reforça o requinte do acabamento. Nos dois a tração é dianteira.


XC40 é mais duro

O maior prazer entregue pelo motor mais arisco do XC40 é cobrado pela suspensão bem firme, que deixa o rodar bem mais duro que o do Q3. Isso causa um certo desconforto a bordo. Imperfeições de piso que mal são sentidas ao volante do Audi incomodam bastante no Volvo. E nem dá para culpar as rodas grandes ou os pneus de perfil baixo. Os dois usam a mesma medida: rodas de 19 polegadas (na versão Black do Q3) e pneus 235/50.

Embora os dois sejam compactos, quando colocados lado a lado o XC40 revela-se um pouco mais imponente. O Volvo tem linha de cintura mais alta.

Com 1,65 metro, o XC40 é 3 cm mais alto que o Q3. No comprimento, o SUV da Audi leva a melhor por 6 cm (tem 4,48 m, ante 4,42 m do Volvo). Mas na distância entre os eixos (que se reflete em espaço interno), o XC40 é 2 cm maior: tem 2,7 metros, contra os 2,68 m do Q3.


Conforto e tecnologia

XC40 e Q3 chamam atenção pelo visual moderno. O menor SUV da Volvo tem estilo mais simpático que os irmãos XC60 e XC90, enquanto o novo Q3 trocou as formas arredondadas do modelo anterior por linhas retas e ousadas.

Mas é na tecnologia e no conforto que estão as melhores qualidades dos dois SUVs. Começando pelos itens comuns a ambos, há faróis Full-LEDs direcionais, teto solar panorâmico, freio de estacionamento elétrico, chave presencial, botão de partida, ar-condicionado digital de duas zonas e bancos dianteiros com ajustes elétricos.


A partir daí, cada um revela seus predicados. Só o XC40 oferece memórias (duas) para as posições do banco do motorista. Os dois carros têm quadro de instrumentos digital, mas o do Q3 conta com mais opções de personalização.

Já a tela da central multimídia do XC40 é melhor. O tamanho é equivalente (9 polegadas no Volvo e 8,8” no Audi), mas a posição vertical adotada pela Volvo é melhor. Os dois são compatíveis com Android Auto e Apple CarPlay.


No Q3 o interior é mais esportivo, o que inclui volante com base reta e bancos revestidos de Alcantara. Esse último item é opcional e custa R$ 4 mil.

Opcionais caros

A Audi cobra outros R$ 8 mil pelo controle de cruzeiro adaptativo, dispositivo que já está incluído no preço do XC40. No Volvo, além de guardar a distância para o carro da frente o recurso mantém o veículo na faixa de rolamento. Da mesma forma, a marca alemã cobra R$ 1.500 pela pintura metálica, que já está incluída no valor do SUV da marca sueca. Completo, o Q3 Black chega a R$ 232.990.


O XC40 leva vantagem ante o Q3 em dois quesitos “extra carro”: custo de revisões e seguro. As três primeiras revisões do Volvo saem por R$ 3.797, contra os R$ 4.658 cobrados pela Audi.

Nossas cotações de seguro também revelaram preços inferiores para o XC40, como pode ser visto no quadro abaixo. No geral, o modelo da Volvo se saiu melhor neste comparativo.


Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Sistemas de assistência do carro podem apresentar falhas

Autodiagnóstico geralmente ajuda a solucionar um problema, mas condutor precisa estar atento

22 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Os veículos modernos mais caros estão repletos de facilidades para a vida do motorista e, dependendo do nível, podem até ser considerados semiautônomos. Câmeras, sensores, radares e softwares avançados permitem que eles executem uma série de funções sem a intervenção do condutor.

As tecnologias incluem controlador de velocidade que monitora o carro à frente e mantém a velocidade, assistente para deixar o veículo entre as faixas de rolagem, detectores de pontos cegos e até sistemas que estacionam o automóvel, calculando o tamanho da vaga e movimentando volante, freio e acelerador para uma baliza perfeita.

Tais sistemas são chamados de Adas, sigla em inglês de sistemas avançados de assistência ao motorista. São vários níveis de funcionamento presentes em boa parte dos veículos premium disponíveis no mercado. Esses recursos, no entanto, não estão livres de falhas e podem custar caro para o proprietário se o carro estiver fora da garantia.

“Os defeitos mais comuns dos sistemas de assistência ao motorista estão relacionados ao funcionamento dos sensores e às limitações do sistema ao interpretar o ambiente”, explica André Mendes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

Recalibragem necessária

O professor explica que o motorista precisa manter sempre os sensores limpos e calibrados. “O software embarcado deve estar atualizado, e a manutenção mecânica e elétrica, ser realizada conforme recomendações do fabricante”, recomenda.

Alguns sistemas conseguem fazer um autodiagnóstico assim que o carro é ligado, ou seja, eventuais avarias são avisadas ao motorista por meio de mensagens no painel. As oficinas especializadas e as concessionárias também podem encontrar falhas ao escanear o veículo. Como esses sistemas são todos interligados, os defeitos serão informados pela central eletrônica.

A recalibragem é necessária sempre que houver a troca de um desses dispositivos, como sensores e radares. Vale também ficar atento ao uso de peças por razões estéticas, como a das rodas originais por outras de aro maior. É prudente levar o carro a uma oficina especializada para fazer a checagem.

Condução atenta

A forma de dirigir também pode piorar o funcionamento dos sensores, causando acidentes. É muito comum, por exemplo, o motorista ligar o piloto automático adaptativo e se distrair ao volante. Caso a frenagem automática não funcione por qualquer motivo, ele precisará agir rapidamente para evitar uma batida ou atropelamento.

Então, é fundamental usar o equipamento com responsabilidade, mantendo sempre os olhos na via, prestando atenção à ação dos outros motoristas. A maioria dos carros possui sensores no volante e desabilita o Adas se “perceber” que o condutor não está segurando a direção.

A desativação ocorre em quase todos os modelos se o assistente de faixa de rolagem precisar agir continuamente, sinal de que o motorista está distraído. Alguns carros, ao “perceber” a ausência do condutor, param no acostamento e acionam o sistema de emergência. “O usuário deve conhecer os limites do sistema e guiar o veículo de forma cautelosa, dentro desses limites”, diz Mendes.