A segunda geração do Audi Q7 chegou ao País causando um belo impacto nas ruas. Seu desenho impressiona. Para quem dirige, há muitos prazeres, assim como para os até seis passageiros que podem ser acomodados na cabine, já que há, opcionalmente, terceira fileira com dois bancos. Mas o preço muito alto causou a derrota do alemão diante do renovado Volvo XC90, que vem da Suécia e também incorpora mais tecnologia, além dos dois bancos extras entre os itens de série.
Na versão Momentum, o utilitário-esportivo da Volvo sai a R$ 330.950, ante os R$ 399.990 do Audi. Nessas configurações iniciais, a lista de equipamentos é semelhante. Ambos trazem teto solar, bancos de couro, ar-condicionado com quatro zonas de temperatura, air bags frontais e laterais e painel de instrumentos virtual, que pode ser configurado de acordo com as preferências do motorista.
O XC90 sobressai com o sistema semiautônomo, capaz de frear, acelerar e fazer curvas sem a interferência do motorista a até 50 km/h. No Q7, não há nem controlador de velocidade de cruzeiro adaptativo, item fundamental para a tecnologia presente no Volvo. Outra exclusividade do modelo sueco é o sistema de auxílio a estacionamento em vagas paralelas e perpendiculares, item que, no Audi, também não está nem na lista de equipamentos opcionais.
O alemão contra-ataca com o Head-Up Display, que vem de fábrica e projeta informações do quadro de instrumentos no para-brisa, além das câmeras que projetam, na tela central, imagens em 360º. Esses sistemas estão na opção Inscription do XC90, a R$ 379.950.
A tecnologia de câmeras do Volvo é mais moderna que a do Audi. Há opção de reunir imagens e gráficos para projetar no monitor central uma visão do carro como se ele estivesse sendo filmado de cima. O sistema, bem preciso, auxilia muito na hora de estacionar.
A versão Inscription acrescenta também um sistema de som mais sofisticado, sensor de ponto cego e suspensão a ar, entre outros itens. O Audi pode receber esses equipamentos, em pacotes de opcionais – para o Volvo, são apenas as duas versões fechadas, sem extras. Com todo o conteúdo disponível, o preço do Q7 chega a R$ 481.890.
Nos dois há centrais multimídia modernas e intuitivas, com conexões com diversos dispositivos digitais e navegador GPS. Para o Audi, há ainda leitor de vídeos – o monitor, sobre o painel, é retrátil. O do Volvo chama a atenção por ser posicionado na vertical, como se fosse um tablet, e sensível ao toque.
O modelo sueco perde ponto em ergonomia – o ajuste da coluna de direção é feito manualmente. No Audi, o sistema tem regulagem elétrica.
Quanto ao acabamento, nos dois os materiais são de alto luxo. Além disso, a cabine é moderna e bonita em ambos.
Espaço. A altura e a distância entre os eixos dos dois carros são semelhantes. Mas o Volvo se destaca por ter assoalho plano na traseira, enquanto no modelo da Audi o túnel central é alto.
Assim, há mais espaço para pernas de três ocupantes no banco de trás no sueco. No alemão, o passageiro do meio fica mal acomodado.
Mais largo, o XC90 oferece também mais espaço para os ombros. No entanto, o porta-malas do Audi é maior quando a terceira fileira de assentos não está em uso – em ambos, os bancos extras são retráteis.
Embora tenha motor 3.0 V6, ante o 2.0 de quatro cilindros do Xc90, o Q7 oferece pouquíssima vantagem nas acelerações. Isso porque os números de potência desses propulsores são semelhantes: 333 cv para o alemão e 320 cv para o sueco.
Como o do Audi tem compressor mecânico, o torque máximo, de 44,9 mkgf, é entregue às 2.900 rpm, rotação mais alta que nos turbo. A aceleração ocorre de forma mais progressiva, mas o Q7 passa a impressão de não ter sobra de fôlego nas retomadas mais fortes.
No 2.0 d0 XC90, com turbo e compressor, são 40,8 mkgf a 2.200 rpm. Por isso, tem comportamento parecido como o do rival, embora seja mais pesado. De acordo com dados das respectivas marcas, o Volvo vai de 0 a 100 km/h em 6,5 segundos e o Audi, em 6,1 segundos.
O Q7 é melhor no quesito estabilidade. A carroceria rola menos e, em curvas, o Audi passa mais segurança. Além da tração 4×4 permanente – também disponível no Volvo – o alemão traz, opcionalmente, eixo direcional, que permite esterçar também as rodas de trás.